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"O Planeta dos Macacos" supera críticas e vira hit

Filme desponta como o grande sucesso de bilheteria do verão americano, consolidando os nomes do diretor, Tim Burton, e do protagonista, Mark Wahlberg

Por Agencia Estado
Atualização:

Pouca gente acreditava no potencial do remake, mas o novo O Planeta dos Macacos é um dos maiores sucessos do verão americano. Além de bater recordes de bilheteria (cerca de US$ 70 milhões nos primeiros três dias nos cinemas do país), a produção finalmente concede credibilidade para Tim Burton e Mark Wahlberg - que ainda não haviam ganhado o reconhecimento merecido em suas carreiras de altos e baixos. Mesmo sofrendo de problemas no roteiro, o filme consegue ir muito além de boa parte das fitas de aventura produzidas em Hollywood nos últimos tempos. Por pior que seja um filme de Burton, o cenário, a música e a caracterização dos personagens sempre têm elementos conceitualmente mais sofisticados e elaborados do que um filme de Steven Spielberg ou George Lucas - e, pela primeira vez, o público parece estar reconhecendo a diferença. O diretor conseguiu fazer sucesso com O Retorno de Batman e Edward Mãos de Tesoura, mas foi ignorado por Marte Ataca e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça. O Planeta dos Macacos, mesmo com algumas críticas negativas, beneficia-se do caráter cult do filme de 1968 e da série de TV dos anos 70, ambos inspirados no romance clássico de Pierre Boulle. Assim como As Panteras, a história de um mundo dominado por macacos volta com timing certo e tratamento ousado. Burton poderia ter conseguido um roteiro mais consistente, mas produziu alguns dos melhores efeitos dos últimos tempos, tanto nas expressões faciais dos macacos quanto nas cenas de batalhas, em que um ex-integrante do Cirque du Soleil treinou atores e dublês para correrem nas quatro "patas" sobre esteiras rolantes super-rápidas. Os cenários, que trazem a inconfundível influência gótica do diretor, também são de primeira. Apesar do esforço, os críticos não perdoaram. "Este é um roteiro realmente ruim", disse um crítico da CNN. No Atlanta Journal, apareceu: "Talvez Darwin estivesse errado: este remake prova que não há evolução." Já a Entertainment Weekly diz que a produção tem "tudo menos imaginação", uma referência a uma declaração do diretor de que o filme não era um remake, mas uma "re-imaginação". Assim como aconteceu recentemente com Parque dos Dinassauros 3, o público não ligou para as críticas. Além dos quase US$ 70 milhões arrecadados nos Estados Unidos (o maior valor na história para um fim de semana comum), o filme foi campeão de bilheteria em vários países, incluindo Japão, Tailândia e Hong Kong. Apoiado por um web site (http://www.planetoftheapes.com) que contém informações em seis línguas (incluindo o português) e aparições de Tim Roth, Helena Bonhan Carter e Estella Warren em diversos países, o filme deve se transformar no maior sucesso da estação - e talvez o mais lucrativo do ano. O grande vencedor é Mark Wahlberg, que teve sua atuação elogiada em Boogie Nights - Prazer Sem Limites e chegou a convencer em thrillers como Três Reis e Mar em Fúria, mas nunca havia sido reconhecido como um nome do primeiro time de Hollywood. Com o sucesso de bilheteria de O Planeta dos Macacos e um novo filme estreando em breve nos Estados Unidos (Rockstar, em que canta e ainda namora Jennifer Aniston), ele tem tudo para virar um dos principais astros do cinema atual.

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