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O mundo pintado de azul dos ‘Smurfs’

O diretor Raja Gosnell fala da segunda aventura com os personagens do belga Peyo e conta como foi filmar em Paris

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

E o mundo está mais azul nesta semana – a smurfmania recomeçou nos EUA, na quarta-feira, dia 31/7, com a estreia do segundo filme da franquia dos Smurfs. No Brasil, o filme de Raja Gosnell estreia nesta sexta, 2/8 – conseguirá superar os 5 milhões de espectadores do primeiro? Os Smurfs 2 mostra os serezinhos azuis numa cruzada para resgatar Smurfette, que foi sequestrada por Gargamel. O bruxo descobre que ela possui o segredo para transformar suas criaturas – os danadinhos – em smurfs. O resultado é bem simpático, e se beneficia das filmagens na França. Em abril, no Summer of Sony, em Cancún, o repórter falou com o diretor.

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Foi possível reconstituir a trajetória de Gosnell. “Comecei como montador e fiz comédias e filmes familiares de sucesso como Esqueceram de Mim 1 e 2. Mas cheguei a um ponto em que não me via evoluindo. Ninguém me daria um Oscar por esses filmes. Ou eu passava a montar dramas, que têm prestígio, ou virava diretor. Ocorreu de John Hughes estar produzindo Esqueceram de Mim 3. Chris Columbus não queria mais dirigir a franquia. Quem estava disponível? Eu... Foi assim que virei diretor.” Vieram depois Nunca Fui Beijada, com Drew Barrymore, e os filmes de outra franquia, Scooby-Doo. Todos bem-sucedidos na bilheteria, mas Gosnell admite que o estouro de Os Smurfs o surpreendeu. “Na Europa, tudo começou com as tiras e livros de Peyo nos anos 1950. Eram os schtroumpfs (no Brasil, strunfs). Nos EUA, eles ficaram conhecidos nas animações de Hanna/Barbera nos anos 1980 e 90. Ao redor do mundo, virou uma coisa geracional. Os pais e até avós que curtiam os personagens levaram os filhos e netos para ver o filme. Mesmo assim, mais de meio bilhão de dólares foi uma renda excepcional.”

Como a franquia começou na Bélgica, os smurfs originalmente falavam francês. Daí a decisão de ambientar o segundo filme em Paris. “Todo mundo foi solidário conosco e eu pude filmar no Palais Garnier (a Ópera de Paris) e em Notre Dame. Foi como um sonho.” O elenco traz de novo Neal Patrick Harris e Hank Azaria, que, desde o início, era a escolha de Gosnell para Gargamel. “Sabia que ele seria perfeito como Mathew Lillard na pele de Salsicha em Scooby-Doo. Hank fez um grande trabalho como dublador nos Simpsons.” Azaria hesitou antes de aceitar. “E agora não consegue sair na rua sem ser abordado pela garotada.” Embora sejam filmes para crianças, Os Smurfs 1 e 2 abordam questões universais – “Não é só o conflito entre bem e mal, ou a questão ética, mas também temas essenciais, como família e identidade”. E Gosnell anuncia – “Já estamos trabalhando no 3”.

Kate Perry, amor pelo Brasil e crença na mudança

Kate Perry também conversou em Cancún com o repórter. Ela guarda um carinho especial pelo Brasil. Em 2011, às vésperas do show em São Paulo, foi surpreendida pelo pedido de divórcio do marido, o ator Russell Brand. “Fiquei arrasada e os fãs brasileiros me deram muito apoio no twitter e no facebook.” Ela voltou no ano passado e até chorou de alegria.

“O Brasil sempre estará em minhas turnês”, disse. Kate de novo dubla Smurfette, que vive um momento de crise, questionando-se sobre quem é. Criada por Gargamel, a azulzinha foi transformada em smurf por Papai Smurf e agora o bruxo quer usá-la em suas malvadezas.

“Acho que todos nós, em algum momento na vida, questionamos se as circunstâncias de nosso nascimento são tão determinantes assim. Smurfette, por exemplo, foi criada por Gargamel. Ela poderá permanecer essa nova figura em que se transformou, ou a origem a fará retroceder? Pessoalmente, prefiro acreditar que a gente pode mudar, sim.” A própria Kate começou cantando gospel e trocou de nome (era Hudson) ao virar pop/rock. Sem modéstia, conta – “Sempre quis ser estrela”.

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OS SMURFS 2 Título original:The Smurfs 2. Direção:Raja Gosnell.Gênero:Infantil (EUA/2013, 105 minutos). Classificação:Livre.

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