São 12 indicações para O Regresso, 10 para Mad Max - Estrada da Fúria, 7 para Perdido em Marte. Será 2016 o ano do cinema de ação? Há quem aposte tudo em Mad Max, apesar de O Regresso ser tido como filme em tese imbatível. A questão é se Hollywood vai dar o prêmio máximo, ou os prêmios principais, para o mexicano Alejandro González Iñárritu, pelo segundo ano seguido. Relembremos: ano passado foi ele o vencedor com Birdman.
Enfim, para o Brasil, a grande notícia foi a inclusão do belo desenho animado de Alê Abreu, O Menino e o Mundo, entre os finalistas a melhor animação. É isso. Vivemos angustiados com a expectativa de emplacar um título nacional entre os concorrentes a melhor filme estrangeiro e então chega devagarinho uma animação linda, feita de maneira artesanal, e se coloca entre as finalistas. Já é uma vitória. O Menino e o Mundo enfrentará pesos pesados na disputa, a começar por Divertida Mente, da Pixar, tida como bicho-papão da categoria. A ver. Qualidades não faltam ao filme de Abreu, que já ganhou vários prêmios pelo mundo, inclusive o principal do Festival de Annecy, na França, meca do cinema de animação.
E, justamente nessa categoria que tanto ambicionamos, a de filme estrangeiro, temos a presença de um vizinho latino-americano, o colombiano O Abraço da Serpente, belíssimo estudo em preto e branco sobre as origens indígenas do continente. Este também não terá vida fácil, em especial pela disputa com o húngaro O Filho de Saul, uma visão muito forte - e original - do Holocausto. Tema, lembre-se, predileto dos membros da Academia. O drama francês Cinco Graças (Mustang) ganha atualidade com os acontecimentos na Turquia. Aborda questões como a aspiração de liberdade em meio à comunidade islâmica do país. Tem boas chances, e é um belo filme.
De resto, este é um Oscar de apostas complicadas. Há várias perguntas a serem respondidas: será a vez de Leonardo DiCaprio, afinal, levar a estatueta, depois de indicado e preterido quatro vezes? Ou emplaca a quinta decepção? Qual será a atriz? A charmosa Cate Blanchett, de Carol, ou a intensa Jennifer Jason Leigh, de Os Oito Odiados? Minha preferência seria pela maravilhosa e introspectiva interpretação de Charlotte Rampling em 45 Anos.
No mais, esse quadro de indicados mostra que existem filmes que a Academia não leva mesmo a sério. Caso do sétimo capítulo da franquia Star Wars, que teve apenas indicações a prêmios técnicos. Com todas as suas limitações, a Academia ainda prefere gente a efeitos especiais.