O diretor de "A Era do Gelo" é brasileiro

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Por Agencia Estado
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Até agora, a 20th Century Fox tinha produzido dois desenhos animados de longa-metragem: Anastasia e Titãs. A Era do Gelo é, de longe, o melhor dos três. A tecnologia digital progrediu bastante desde os outros e os estúdios Blue Sky estão na ponta desse processo. A animação de A Era do Gelo, sob a direção de Chris Wedge, usou uma tecnologia muito avançada, chamada Raytracing. Para se ter uma idéia, há cientistas, físicos teóricos na equipe, que entendem a tal ponto a teoria da física da luz que podem imitá-la dentro do computador. Com tal tecnologia, o talento do animador brasileiro Carlos Saldanha - especializado em animação por computador, que trabalha com Wedge desde o tempo do curta Bunny, que ganhou em 1999 um Oscar de animação em curta-metragem - pôde se desenvolver. Saldanha, que foi uma espécie de diretor de animação de A Era do Gelo, é carioca, mora há anos em Nova York e é considerado um dos mais respeitados profissionais do setor. Numa recente palestra que deu no Rio, no quadro do festival Anima Mundi, fez sucesso com suas lições sobre as possibilidades da tecnologia digital aplicada à animação. Agora, temos os resultados práticos disso, com o trabalho notável de A Era do Gelo. Mas Saldanha já chamara a atenção como o responsável pela animação do filme Joe e as Baratas. O Raytracing foi descrito por Wedge como um simulador da sutilezas da luz ambiente, o que dá uma composição toda diferente às imagens usadas no filme. Segundo ele, é uma espécie de tecnologia que permite o uso dos computadores exatamente como um fotógrafo utiliza a câmara, "fazendo tudo parecer mais atraente e tangível". Para a elaboração de A Era do Gelo, a equipe de produção resolveu fazer suas pesquisas no lugar mais indicado, o local em que há a maior coleção sobre o período da Idade Glacial, o Museu Americano de História Natural em Nova York. Como disse Wedge: "Parecia que no começo poderíamos inventar um bocado, já que ninguém sabia bem como era lá na verdade. Mas fizemos uma boa pesquisa, muito tempo no museu olhando os ossos de mamute e os grandes murais que há pintados ali". Um dos consultores usados, o dr. Randall White, meio que liberou a equipe: "Podem tomar quantas liberdades quiserem. Mas só me façam um favor: prometam que não colocarão nenhum dinossauro no filme". A promessa foi cumprida.

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