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"O Demolidor" chega às locadoras

Enquanto isso, o diretor se prepara para produzir um filme sobre a sedutora namorada do herói e dirigir a adaptação de outro personagem de HQ, Ghost Rider. E em 2005, fará a seqüência de O Demolidor

Por Agencia Estado
Atualização:

Se você é fã de super-heróis, já sabe: chegou ontem às locadoras e lojas especializadas o DVD de O Demolidor, contendo o filme de Mark Steven Johnson com Ben Affleck no papel do primeiro herói a radicalizar na tela a tendência anti-Superman e mais alguns extras que ajudam a tornar o lançamento mais atraente para o público vidrado em HQs. Mas, atenção, por enquanto é o DVD para alugar, apenas. Em setembro, chega o disco duplo, para colecionadores. O Demolidor fez 1,27 milhão de espectadores nos cinemas brasileiros, número honroso mas nada excepcional, considerando-se que O Homem-Aranha, de Sam Raimi, ultrapassou 7 milhões e foi o maior êxito de público do ano passado no País e o Carandiru, de Hector Babenco, já está fazendo quase 5 milhões de espectadores este ano. O que faz de O Demolidor um programa especial, em meio à atual avalanche de blockbusters com heróis dos comics - Hulk, de Ang Lee, já chegou, Batman Ano Um, de Darren Aronofsky, e A Liga dos Cavaleiros Extraordinários, de Stephen Nortigton, ainda estão a caminho - é a própria natureza do personagem. O Demolidor foi o primeiro super-herói a radicalizar uma tendência anti-Superman. Não apenas é cego - um herói com limitações físicas -, como ainda vive numa ambigüidade moral, sem saber se está do lado certo da lei ou, quem sabe, não é muito diferente dos bandidos que caça à noite, encapuzado. De Los Angeles, por telefone, Mark Steven Johnson esclarece o que o retrospecto de sua carreira já permitia antever: essa preferência por um herói deficiente não é casual. Antes de dirigir O Demolidor, ele escreveu a série dos Velhos Rabugentos, com dois astros já falecidos, Jack Lemmon e Walter Matthau. Os velhos rabugentos não eram super-heróis, mas também lidavam com limitações físicas provocadas pela própria idade. "Para aprofundar essa sua idéia, quero lembrar que meu primeiro filme como diretor, Simon Birch, de 1998, também conta a história de um garoto deficiente." E ele vai além: "Não tenho nada contra quem queira fazer outro tipo de coisa, mas, pessoalmente, acho que esse tipo de herói com limitações tem mais a ver com o momento histórico que vivemos. Um herói straight e todo-poderoso me parece intolerável nesta época de crise moral." Johnson tem notícias que vão agradar aos fãs do Demolidor. A namorada do herói deficiente visual, a sedutora Elektra, vai reviver em outro filme baseado nos comics, cuja rodagem ele começa em abril. A ressurreição de Elektra não é uma necessidade mercadológica criada pelo diretor, mas segue o que ocorre nos quadrinhos criados por Frank Miller nos anos 1980. Elektra Ressurrection, título provisório, será só produzido por Johnson, mas antes disto, ele próprio volta aos comics, em janeiro, dirigindo a adaptação de um herói menor, o Ghost Rider, com Nicolas Cage e Jon Voight. E para 2005, sim, volta ao Demolidor, para o segundo filme da série. O Demolidor (Daredevil). Vídeo e DVD da Fox. Desde ontem nas lojas. Só para locação.

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