São dois filmes completamente diferentes que estreiam, mas em 12 Anos de Escravidão, de Steve McQueen, como em Robocop, de José Padilha, os diretores dedicam longos planos aos olhos de seus personagens. Padilha dá um rosto a seu tira biônico, que na versão de Paul Verhoeven era só uma boca numa armadura. McQueen filma durante três minutos o rosto de Chiwetel Ejiofor. Seus olhos, e o vinco entre eles, signo de indignação e dor, dominam a tela. Embora não seja o filme com maior número de indicações para o prêmio da Academia de Hollywood, 12 Anos é a grande aposta do Oscar de 2014.