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"O Beijo do Dragão" tem artes marciais e humor

Li é um agente oriental em Paris, que descobre a corrupção do chefe de polícia (Tchéky Karyo). Envolve-se com uma prostituta, Bridget Fonda. As lutas são sensacionais. O humor é eficiente

Por Agencia Estado
Atualização:

Na cena mais divertida de O Beijo do Dragão, Jet Li, em fuga dentro do edifício da polícia, entra numa sala e fecha a porta com tranca. Quando se vira, está em plena aula, com a turma de artes marciais inteira diante dele. São 50 caras, pelo menos. Ele suspira e começa a lutar. É piada, claro, mas quem resiste à coreografia da violência de Jet Li? Esqueça o duro de agüentar Steven Seagal e seu aikidô. Esqueça também o coice de mula de Chuck Norris, que se orgulha - há gente para tudo - de ser mais direitista do que o Rambo de Sylvester Stallone. Os sucessores do maior de todos os dragões - o lendário Bruce Lee - vêm do Oriente. Da China, de Hong Kong. Jet Li e Jackie Chan são duros na queda, suas mãos e pés são verdadeiras máquinas de matar, mas eles temperam essa habilidade mortal com um humor, acaso uma humanidade, que faz deles personagens simpáticos, para não dizer irresistíveis. O Beijo do Dragão é o primeiro filme produzido pela nova empresa de Luc Besson, a Europa Corporation. O sucesso de filmes como O Quinto Elemento e Joana d´Arc de Besson, por mais que os críticos torçam o nariz para esses filmes, fez dele um megaempresário das comunicações - e do cinema, especialmente - na França. Jet Li tinha a idéia, Besson queria filmar com ele sem dirigir o filme. Chamou o diretor de comerciais Chris Nahoon. Na história, Li é um agente oriental em Paris. Descobre a corrupção do chefe de polícia local (Tchéky Karyo), atolado até o pescoço num escândalo diplomático. Envolve-se com uma prostituta, Bridget Fonda. As lutas são sensacionais. O humor é eficiente. Em outra cena, ainda dentro do prédio da polícia, o herói empunha uma bandeira francesa para bater nos corruptos. Jet Li tem a elegância de um bailarino nas cenas de violência coreografadas pelo também diretor Cory Yuen. Ele é tão bom com as agulhas que o espectador mal percebe o golpe que dá título ao filme, vê só o seu efeito devastador no vilão. Naturalmente que o cinema pode e deve ser mais do que essa atividade lúdica de cartase no escurinho do cinema. Mas a catarse é boa, nossos sentidos se regozijam com ela e, com Jet Li, você nunca se aborrece. Serviço - O Beijo do Dragão (Kiss Of The Dragon) Ação. Dir. Chris Nahon. Com Jet Li, Bridget Fonda, Tcheky Karyo.

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