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Nuestra América se reflete em 116 filmes no Festival de Cinema Latino-americano

Nesta edição o evento se prestam homenagens a Pablo Trapero, Martina Guzmán, Sílvio Tendler e Leandra Leal

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Cristiano Burlan é um dos diretores brasileiros que estarão estreando seus novos filmes no 9.º Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo. Ele estará muito curioso para ver a reação do público a seu Hamlet. “É importante que eventos como esse nos lembrem que, apesar da barreira do idioma, também somos latinos.” E ele mal pode esperar para ver como seus colegas cineastas vão reagir. “O bom de um festival como esse é o encontro que propicia entre artistas de diferentes nacionalidades.” Além de Hamlet, nesta quinta-feira, 24, você também pode colocar na agenda a próxima edição do Cinema da Vela, no CineSesc, que vai reunir Burlan e a diretora cubana Irene Gutiérrez, que coassina (com Javier Labrador) Hotel Nueva Isla.

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Quinta-feira é para o público, mas nesta quarta os convidados já poderão assistir a O Chaveiro, de Natalia Smirnoff, diretora argentina que se iniciou como assistente da celebrada Lucrecia Martel. O filme é sobre esse homem que a vida toda recusou compromissos. E agora a namorada lhe informa que está grávida e que ele, provavelmente, é o pai do bebê. Nosso homem sofre um abalo, mas será por isso que, inesperadamente, ele começa a ter visões sobre seus clientes enquanto trabalha nas casas deles. De que maneira ele poderá tirar proveito disso? E que proveito? Na sequência de O Chaveiro/El Cerrajero, o Festival Latino de 2014 vai trazer outros 113 filmes de 16 países, incluindo o já citado Hamlet.

Face a um universo tão amplo – mais de 100 filmes distribuídos por nove salas, até dia 30 –, você pode ir fazendo sua seleção. O festival exibe filmes que já passaram por outros foros internacionais. O argentino Refugiado, de Diego Lerman, esteve em Cannes; O Chaveiro, em Sundance; o chileno As Irmãs Quispe, de Sebastian Sepúlveda, em Veneza; o mexicano Os Insólitos Peixes-Gato, de Claudia Sainte-Luce, em Locarno; e o cubano Hotel Nueva Isla e o argentino Reimón, de Rodrigo Moreno, em Roterdã. Para abrigar a nona edição – e servir de centro –, foi montada uma tenda com 500 lugares na praça do Memorial da América Latina.

E seguem as atrações. Entre os filmes inéditos estão outro cubano, Vende-se, dirigido pelo ator Jorge Perugorría; o mexicano Rezeta, de Fernando Frías de la Parra; o chileno Matar a Um Homem, de Alejandro Fernández Almendra; o uruguaio O Militante, de Manolo Nieto; o paraguaio A Leitura de Justino, de Arnaldo André; o equatoriano A Morte de Jaime Roldós, de Manolo Sarmiento e Lisandra I; o boliviano Conto Sem Fadas, de Sergio Briones; o peruano Planta Madre, de Gianfranco Quattrini; e o colombiano Terra Sobre a Língua, de Rubén Mendonza.

Uma seção intitulada Docs Musicais vai resgatar grandes nomes como Mercedes Sosa, Violeta Parra e Silvio Rodriguez. Cantores e compositores do Brasil também são retratados – Cartola, Elsa Soares, Tom Zé e Itamar Assumpção. O cinema brasileiro não musical se integra à programação com vários inéditos – Anna K, de José Roberto Aguilar; Amparo, de Ricardo Pinto e Silva; Corte Seco, de Renato Tapajós; e Hamlet. Outros títulos nacionais terão sua primeira exibição na cidade, senão no País – Periscópio, de Kiko Goifman, e Mão na Luva, de Roberto Bomtempo e José Joffily. Como todo ano, o festival presta homenagens, e elas serão acompanhadas de retrospectivas dos homenageados. O diretor argentino Pablo Trapero, embora jovem, é autor de uma obra expressiva. Este ano, presidiu o júri da seção Un Certain Regard, em Cannes. 

Trapero será homenageado com a mulher, a atriz e produtora Marina Guzmán, mas ela não virá. Está presa num cronograma de gravações para TV em Buenos Aires. Dois brasileiros também merecem a honraria – o diretor Silvio Tendler, de documentários que fizeram história, como Os Anos JK e Jango; e a atriz Leandra Leal. Sempre ótima – e o recente Lobo Atrás da Porta, de Fernando Coimbra, foi prova disso –, Leandra tem se aventurado pela produção, e privilegiando o cinema mais autoral.

FESTIVAL DE CINEMA LATINO-AMERICANO DE SÃO PAULO

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Memorial da América Latina. Praça Cívica. Av. Auro S. de Moura Andrade, 664, portões 2 e 5, Barra Funda 

Cinesesc. Rua Augusta, 2.075, Cerqueira César

Cinemateca Brasileira. Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino

Centro Cultural São Paulo. Sala Paulo Emílio e Sala Lima Barreto. R. Vergueiro, 1.000

Cine Olido. Avenida São João 473, Centro 

Centro Cultural da Juventude. Av. Deputado Emílio Carlos, 3641, Vila Nova Cachoeirinha

Centro Cultural Penha. Largo do Rosário, 20, Penha

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De 24 a 20/8. Grátis.

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