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Novo desenho da Disney, em pré-estréia

Planeta do Tesouro transporta para o futuro a fascinante história de aventura escrita em 1883 pelo escocês Robert Louis Stevenson, A Ilha do Tesouro

Por Agencia Estado
Atualização:

Novo desenho animado anual dos estúdios Disney, "Planeta do Tesouro", que entra em várias sessões de pré-estréia a partir desta sexta em São Paulo, transporta para o futuro a fascinante história de aventura escrita em 1883 pelo escocês Robert Louis Stevenson, "A Ilha do Tesouro". No cenário futurista-retrô imaginado pela dupla de diretores Ron Clements e John Musker, responsáveis por outros sucessos ("A Pequena Sereia" e "Aladim") e um fracasso ("Hércules") da produtora, o vestuário, a arquitetura e os meios de locomoção remetem ao século 18, mas a tecnologia avançada e a convivência entre seres de todas as espécies dão uma idéia de vanguarda quase utópica. Há algo de muito estranho nessa mistura e isso fica claro ao longo de cerca de uma hora e meia de projeção. Quem conhece o livro vai reconhecer no filme os ecos da aventura vivida por Jim Hawkins e Long John Silver nos idos de 1700. O centro do enredo foi razoavelmente preservado, assim como os personagens principais. O menino Jim teve sua natureza humana e a cândida ingenuidade mantidas, enquanto o ambíguo Silver ganhou o aspecto de um leão-marinho ciborgue. Outros coadjuvantes, quase todos extraterrestres mutantes, foram amalgamados em um só ou simplesmente suprimidos para dar mais agilidade à narrativa. Nessa verdadeira selva de tipos, em que convivem seres tão dispensáveis quanto uma espécie de bolha flatulenta e um ser duplo cuja cabeça tem vida independente do corpo, apenas duas criações se destacam. Mais pela graça do que pelo seu peso dentro da história. São elas o Morph, uma nuvenzinha animada que toma diferentes formas e faz as vezes de bichinho de estimação, e B.E.N., o robô estabanado - dublado por Martin Short na versão original - que assume o papel do guardião do tesouro. São alívios cômicos para uma tour de force, às vezes, muito cansativa. Como em todos os desenhos animados dos estúdios Disney, "Planeta do Tesouro" apresenta um avanço tecnológico em relação aos outros. São os cenários em terceira dimensão gerados por computador. Convivem bem com a animação convencional dos personagens e mostram realmente a que se prestam nas cenas de maior profundidade de campo. Um exemplo é a seqüência em que Jim e o Dr. Doppler aparecem no cais do porto para fretar uma nau. Uma curiosidade que não ajuda a melhorar a deficiência narrativa de que o filme sofre. Os melhores desenhos da Disney são os que conseguem atingir o público de maneira uniforme, sem distinção de gênero ou idade. O exemplo mais significativo, nos últimos tempos, continua sendo o imbatível "Rei Leão" - um feito, até o momento, difícil de igualar. Aventura eminentemente masculina, "Planeta do Tesouro" poderá até agradar aos meninos de 8 a 10 anos, mas certamente deixará para trás uma legião de meninas e adultos para quem a sofisticação futurista-retrô do desenho nada significa. Serviço - Planeta do Tesouro (Treasure Planet). Desenho. Direção de John Musker e Ron Clements. EUA/2002. Livre

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