Novo 'Crônicas de Nárnia' requereu muitas mudanças, diz diretor

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Por Mike Collett-White

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LONDRES (Reuters Life!) - O diretor britânico Michael Apted lança nesta sexta-feira em Londres seu novo filme da série "As Crônicas de Nárnia" -- "A Viagem do Peregrino da Alvorada". É o terceiro da série baseada nos livros infantis de C.S. Lewis.

O filme, que sai em 3D e custou cerca de 140 milhões de dólares para ser feito, chega aos cinemas na temporada crítica do fim de ano, e Apted, 69 anos, deu entrevista à Reuters para comentá-lo.

P: Você fez modificações importantes à história original de C.S. Lewis. Foi difícil fazê-las? Como você escolheu as modificações?

R: Quando li o livro, fiquei alarmado. Gostei muito da história, seu tom e sua imaginação. Mas achei que faltava impulso narrativo.

A impressão era de uma história muito episódica. Isso, em um filme, é catastrófico. Um filme, especialmente um filme comercial, requer uma razão para a história passar de A para B e depois C. Portanto, esse era um problema sério.

Levamos quase dois anos para encontrar uma saída. O que fizemos foi ler o livro seguinte, ver como começava e como "Peregrino da Alvorada" terminava, e então percebemos que todo um pedaço da história está faltando. "O Trono de Prata" fala de como Eustáquio vai para debaixo da terra, onde os habitantes capturados de Nárnia vinham se preparando para atacar Nárnia. A feiticeira estava ali, organizando tudo, e Caspian já era um velho.

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Então decidimos pegar esse pedaço de narrativa - ou seja, que os narnianos tinham sido sequestrados e levados para um lugar desconhecido - e usá-lo como força motriz.

Lewis nunca escreveu sobre isso, mas falou. Isso nos ajudou.

P: Isso foi um problema para os herdeiros do escritor?

R: Eles ficaram um pouco aborrecidos num primeiro momento, mas acho que começaram a entender. Nós lhes demos o roteiro original, que era uma adaptação pura do livro, e eles puderam constatar que havia uma inércia inata na história.

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Ela é ótima para um leitor - você pode ler um capítulo para uma criança e depois passar para a aventura e a ilha seguintes. É claro que há muito mais ilhas no livro que no filme.

P: Existe algum problema em converter os livros "Crônicas de Nárnia" em franquia de filmes, na medida em que os mesmos personagens não estão presentes em todos os livros, como é o caso com Harry Potter, por exemplo?

R: Eu diria que sim. Ficarei surpreso se fizerem filmes dos sete livros. Acho que o quarto poderia funcionar melhor agora, após as modificações que fizemos ao terceiro, mas depois disso será confuso. No caso de uma série, a continuidade dos personagens é crucial, e não sei como se iria além do livro quatro, especialmente quando for preciso começar a trazer personagens de volta. Acho que isso será um problema.

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P: Os produtores disseram que farão um quarto "Nárnia"? Se houver, você o dirigirá?

R: Acho que estão esperando para ver como este filme vai se sair. Acho que fiz um bom trabalho, mas creio que estão aguardando para ver como este filme se sai em termos de dinheiro. Acho que eles gostariam de levar a franquia adiante.

P: Com você na direção?

R: Provavelmente. Eu gostaria de fazê-lo e seria louco se não fizesse.

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