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No Rio, Octavia Spencer dá dica a Donald Trump: 'ame mais os outros'

Atriz interpreta Deus na adaptação de 'A Cabana', que também conta com a brasileira Alice Braga

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

RIO - Embora não tenha nenhuma cena com a atriz brasileira Alice Braga em A Cabana, Octavia Spencer não deixou por menos. Na coletiva realizada no início da tarde desta segunda-feira, 27, no Hotel Windsor Atlântica, ex-Méridian, Octavia disse que é com Alice sua cena favorita do longa que Stuart Hazeldine adaptou do best seller de William P. Young. Alice interpreta a Sabedoria e, num encontro com o personagem de Sam Worthington, Mack, faz-lhe ver que não é justo ficar julgando as pessoas. O próprio Mack cai numa espécie de armadilha e, de repente, está sendo condenado pelo que condena nos outros.

Octavia é uma simpatia. Interpreta uma versão feminina do Almighty, o Todo-Poderoso, em A Cabana. No livro, Deus é definido como uma mulher negra, de seios fartos e que prepara o pão. Mas, para ela, o filme não é sobre Deus como mulher, ou negro, ou índio. “Deus é todos”, disse. Como uma atriz se prepara para um papel desses? “Conversei com um padre, meu amigo, o diretor me deu livros para ler, mas, no limite, tive de criar o meu ‘Almighty’. Para mim, Deus é uma mãe que foi cruel com seu filho, Mack, fazendo-o passar por uma dura provação” Seu desafio – “Achar o tom certo de humanidade.”

Atriz norte-americana Octavia Spencer posa para fotos em seu camarim no Hotel Windsor Atlantica em Copacabana, Rio de Janeiro Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

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O filme, como o livro, é sobre um pai que perde a fé quando a filha é sequestrada por um serial killer que ataca garotas. “Quando li o livro achei que era uma coisa. Uma espécie de suspense sobrenatural. Depois de fazer o filme tive outra percepção das coisas. É um filme sobre a cura da alma, sobre o perdão. Tem uma mensagem linda de amor. É o que estamos precisando nesse mundo violento.”

Não faltou a pergunta sobre o presidente Donald Trump e sua retórica de exclusão. O que ela diria a Trump, se pudesse? “O mesmo que diria a qualquer pessoa. Que ame mais os outros.”

Pode ser uma utopia, mas veja essa outra pergunta (e resposta) – Octavia sente que mudou depois de fazer Deus? E o que ela, que no filme se chama Papa, dirigia ao Todo-Poderoso? “Converso todo dia com ele, de preferência pela manhã. E isso faz diferença na minha vida. Não sinto que mudei, porque me pauto por uma regra de ouro. Trato os outros como espero ser tratada. Simples assim. Se todo mundo fizesse isso, o mundo com certeza seria melhor.”

O filme foi rodado no Canadá, num lugar lindo. “Havia montanhas, uma bela paisagem. Dava para perceber a mão de Deus e acreditar no paraíso.” Embora não tenha visto muito do Rio, ou do Brasil, ela está adorando a cidade, e as pessoas. “Estão sendo muito carinhosos comigo.” Diante do batalho de fotógrafos, deixou escapar – “Que recepção boa.” E só fez um pedido – “Não me fotografem de baixo para cima que eu fico nervosa.”

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