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"Nina" é exibido no Festival de Los Angeles

Longa de Heitor Dhalia representa o Brasil na 10.ª edição da mostra que este ano tem 30 países participantes

Por Agencia Estado
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Começa hoje e vai até o dia 29 a segunda edição da Première Brazil/Nova York, mostra de filmes brasileiros, no Museu de Arte Moderna de Nova York, o Moma. A mostra conta com a exibição de dois inéditos: Filhas do Vento, o primeiro longa de ficção de Joel Zito Araujo, e A Pessoa É para o Que Nasce, dirigido por Roberto Berliner. Os dois filmes serão exibidos durante toda a semana. Entre os não inéditos estão na programação Fala Tu; Glauber O Filme, Labirinto do Brasil; O Prisioneiro da Grade de Ferro; Narradores de Javé; Deus É Brasileiro e Onde Anda Você. O clássico deste ano é O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte. O filme brasileiro de Heitor Dhalia, Nina, será exibido hoje à noite na 10.ª edição do Los Angeles Film Festival. Este ano, o festival atinge o que a diretora de Programação, Rachel Rosen, define como seu propósito original. "Los Angeles é um ponto de encontro de diversas culturas. Convivem aqui o mundo latino, o anglo-saxão e o oriental. A diversidade deste festival é o melhor espelho da diversidade da própria Los Angeles." Cerca de 200 diretores de todo o mundo participam do evento e há filmes de quase 30 países. O de Dhalia, com roteiro do diretor e Marçal Aquino, é definido no catálogo como uma combinação de Crime e Castigo, de Dostoievski, com as bizarrices do imaginário de David Lynch e o estilo visual violento dos mangás, os quadrinhos japoneses. O Los Angeles Film Festival não é só ponto de exibição, é também local de discussão sobre filmes e o cinema em geral. Logo após as exibições, realizam-se o que aqui se chama de Q&A, pergunta e resposta quando os diretores são sabatinados e conversam com o público. O festival com o elogiado longa de estréia do ator da série de TV Scrubs, Zach Bruff, revela-se um diretor e roteirista talentoso em Garden State, no qual reinventa o batido tema do amadurecimento de um garoto em busca da própria identidade. No sábado à tarde, houve um programa especial para crianças. Começou com Dois Irmãos, de Jean-Jacques Annaud, no qual o diretor de O Urso conta a história de dois tigres separados quando filhotes que se reencontram adultos em uma arena, onde a multidão espera que eles combatam entre si até a morte. O reencontro desses irmãos é emocionante. O visual do filme é simplesmente deslumbrante e quando você vir o filme no Brasil terá de concordar que os dois tigres são grandes atores. Na seqüência, o festival exibiu a versão restaurada de Os Cinco Mil Dedos do Dr. T. Essa fantasia de Roy Rowland, dos anos 1950, foi escrita pelo Dr. Seuss e exibida em comemoração ao centenário do famoso autor de narrativas infantis. Rowland é daqueles diretores ignorados pelas enciclopédias de cinema, mas esse filme é obra prodigiosa de invenção visual. Xan Cassavetes, filha do grande John, mostrou o documentário Magnífica Obsessão, sobre Jerry Harvey, o criador do Z Channel, que antecipou HBO e Show Time como rede de divulgação de filmes. Quentin Tarantino fala emocionado dos filmes que viu no Z Channel e fizeram sua cabeça, levando-o a querer se transformar em diretor de cinema. Da Coréia veio uma verdadeira jóia. Untold Scandal, do desconhecido E.J. Yong, transpõe para a sociedade coreana do século 18, que vivia segundo rígidos preceitos de Confúcio, a trama do romance epistolar de Loderlos de Laclos, as Ligações Perigosas, com sua série de paixões e situações de sexo.

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