Nas telas, "Os Incríveis", nova animação da Pixar

Os incríveis do título são uma família de super-heróis proibida de utilizar seus poderes Assista ao trailer

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Por Agencia Estado
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Os Incríveis do título são uma família de super-heróis, cada qual com suas capacidades e poderes. (Se você pensou nos 4 Fantásticos, não está totalmente errado.) O Sr. Incrível tem a força; a Mulher Elástica, a elasticidade; a filha adolescente, Violeta, o poder da invisibilidade; o filho do meio, Flecha, a velocidade, e o pequeno Jack, ainda não manifestou suas capacidades. Incrível e a Mulher-Elástica se casaram no auge da popularidade, quando os super-heróis eram celebrados pelos cidadãos comuns. Mas essa onda acabou quando um milionário que ia se suicidar foi salvo pelo Sr. Incrível e resolveu processá-lo. O caso acabou na Suprema Corte e se transformou em assunto preferido dos jornais. A decisão dos tribunais foi a proibição do exercício da vigilância. Os super-heróis foram obrigados a viver como cidadãos comuns e proibidos de utilizar seus poderes. Desde o episódio, Incrível se transformou definitivamente em Bob Parr, expedito funcionário de uma empresa de seguros, e sua mulher em Helen Parr. E embora seus filhos mais velhos tenham manifestado poderes desde que nasceram, são reprimidos toda vez que os usam, principalmente quando resolvem pregar peças no professor de matemática. Mas como a normalidade deprime esses seres cheios de vitalidade, uma escapadela de vez em quando para escutar a faixa de rádio policial e discretamente ir atrás dos bandidos não faz mal a ninguém. Embora Os Incríveis assuma a sátira como tom, há uma tentativa de questionar os enquadramentos. Afinal, se uma pessoa tem um dom e não prejudica o próximo, porque não usá-lo? Essa questão se coloca em vários momentos, desde o episódio em que Incrível salva o milionário suicida até o momento em que Lucius Best decide mandar às favas a proibição imposta pela justiça e se transforma no Sr. Gelado para ajudar a família Incrível contra o perigoso Síndrome. Ficha técnica - O diretor de Os Incríveis Brad Bird pode não dizer muito a você, que gosta de cinema e se incomoda em dar uma checada na ficha técnica dos filmes a que assiste. Bird tem em seu currículo apenas dois longas-metragens de animação. O primeiro foi Gigante de Ferro (1999), um filme excelente que fracassou na bilheteria e promoveu o fechamento da divisão de animação da Warner Bros. O segundo é Os Incríveis, animação em 3D e mais um grande sucesso de fim de ano da joint-venture Disney-Pixar. Lançado diretamente em vídeo e DVD no Brasil, Gigante de Ferro, a história da amizade entre um gigantesco robô alienígena e um menino nos anos 1960, poderia ter enterrado a carreira de Bird. Ao invés disso, aproximou ainda mais o diretor de um amigo e ex-colega de faculdade, John Lasseter, que vem a ser o criador da Pixar e responsável pelos sucessos recentes da animação digital. Foi Lasseter quem convidou Bird para ingressar na Pixar e se dedicar ao projeto de Os Incríveis. Fã de histórias em quadrinhos em geral e de super-heróis em particular, Bird repetiu um exercício de imaginação feito anteriormente por alguns quadrinhistas, como por exemplo Alan Moore, em Watchmen, e Alex Ross, em ?Marvels?. Imaginou como seria um mundo em que os super-vigilantes e os super-vilões fizessem parte do cotidiano mais comum. E o que aconteceria com essas pessoas, que dependem em grande parte de seus poderes, se fossem proibidas de exercer a vigilância. Enquanto Moore e Ross abordaram o tema com mais seriedade e de forma mais sombria, Bird preferiu adotar a clave cômica. Como a maior parte dos filmes produzidos pela Pixar, Os Incríveis tem a vantagem de não se dirigir a um público apenas, mas a uma faixa cada vez mais ampla. E, o que é mais importante, com inteligência.

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