Mostra reúne produção de Super-8mm

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Por Agencia Estado
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A mostra Marginália 70 - Experimentalismo no Super-8 Brasileiro faz uma revisão da instigante produção de filmes em super-8mm realizados no Brasil nos anos 70, e que foram reunidos a partir de uma pesquisa coordenada pelo professor de cinema da USP Rubens Machado Jr. O super-8 foi a forma pioneira de experimentação tanto de cineastas como de artistas plásticos como Antonio Dias, Edgard Navarro, Hélio Oiticica, Ivan Cardoso, Lygia Pape, Marcello Nitsche, Paulo Bruscky e Raymond Chauvin. A mostra é a 3.ª Mostra Itinerante do itaú Cultural que será exibida no Sesi de Sorocaba de 2 a 20 de dezembro. As sessões têm entrada franca. Basta verificar uma parte dos filmes que estão na mostra para constatar o nível de experimentação das propostas e das produções: The Illustration of Art - 2 (Antonio Dias, Nova York, 1971-1980, 1min53, cor, mudo) - Um acender de palitos de fósforo com mais estranhamento que naturalidade. A Pátria (Jorge Mourão, Rio, 1977, 3min, cor, som) - Tensões entre os espaços externo e interno, o medo e a paranóia em tempos de repressão. Carnival in Rio (Lygia Pape, Rio, 1974, 10min51, cor, som) - Filmagem contagiante de um desfile de rua, com chegada coreográfica da polícia. Nosferatu no Brasil (Ivan Cardoso, Rio, 1971, 26min50, cor e pb, som) - Budapeste, século XIX: Nosferatu (Torquato Neto) é morto. De férias no Brasil, vampiriza nativas. Dinâmica dos Traços II (Ypiranga Filho, Recife, 1972, 2min, cor, mudo) - Com películas veladas trabalhadas com lixa, palha de aço e gilete, de modo que essas interferências lembrem uma pessoa andando num canavial. Terror da Vermelha (Torquato Neto, Teresina, 1971-1972, 28min, cor, som) - Um assassino serve como pano de fundo para investigar o caráter formal do cinema, com elementos avessos à ficção contemporânea. Funeral para Uma Década de Brancas Nuvens (Geneton Moraes Neto, Recife, 1979, 9min16, cor, som) - Balanço emotivo e severo da vacuidade artística, social e política da década de 70 cotejada ao decênio anterior. Exposed (Edgard Navarro, Salvador, 1978, 7min30, cor, som) - Fogo, retratos queimados da vida familiar, cães copulando, figuras da era política da ditadura militar. São Paulo (Abrão Berman, São Paulo, 1970-1973, 3min22, cor, som) - A velocidade da metrópole em imagens frementes, enfatizadas pelo rock do grupo Iron Butterfly. Aluminosa Espera do Apocalipse (Fernando Severo, Peter Lorenzo e Rui Vezzaro, Curitiba, 1979, 13min50, cor, som) - A história de Aluminosa, cidade destinada a reconstruir a humanidade depois do apocalipse. Viva o Outro Mundo (Kátia Mesel, Recife, 1972/1970, 5min14, cor, mudo) - Um happening burlesco, que mistura a ficção ao espaço comum. Relax Místico (Giorgio Croce e Ragnar Lagerblad, Rio, 1977, 18min, cor, som) - Cenas documentais de rua numa metrópole caótica e violenta convivem com a narração de uma terapia de relaxamento. Fotograma (Cláudio Tozzi, São Paulo, 1973, 3min40, cor, mudo) -Primeiro, a dificuldade de abrir um cartucho Super-8 recém-tirado da embalagem e depois, na veladura do filme, o resultado da violação brucutu. Cubo de Fumaça (Marcello Nitsche, São Paulo, 1971, 4min37, cor, som) - No céu de São Paulo desenha-se um cubo de fumaça. Agrippina é Roma-Manhattan (Hélio Oiticica, Nova York, 1972, 16min27, cor, mudo) - Na imponente arquitetura de Manhattan, como numa Roma neoclássica, mulher de vermelho e personagens airosos tentam a sorte, entre o afã mundano e a transcendência mítica. Céu Sobre Água (José Agrippino de Paula, Salvador, 1978, 22min16, cor, som) - Águas de Arembepe, uma mulher ora grávida, ora não, uma criança e um homem se integram ao espaço da Natureza. Paixão Maldita (Isay Weinfeld e Marcio Kogan, São Paulo, 1975, 1min30, cor, som) - Anunciado como uma megaprodução nacional, o filme se depara com o convite para participar do filme feito a Dina Sfat. O Duelo (Daniel Santiago, Recife, c.1979, 2min13, P/B, som) - Como nos duelos de honra no século XIX defrontam-se dois camera-man empunhando as grandes antagonistas ideológicas Super-8 versus 16mm. Ora bombas ou a pequena história do Pau, Brasil (Fernando Bélens, Salvador, 1981, 4min15, cor, som) - Entrevista com um órgão genital brincando com a censura da ditadura militar aos telejornais. OK x KO (Luciano Figueiredo e Oscar Ramos, Londres e Cardiff, 1973, 7min50, cor, mudo) - O poeta Chacal realiza poemas visuais atribui significados brincando com os cenários. Mamãe, Eu Fiz um Super-8 nas Calças (Carlos Zílio, Rio, 1974, 1min, cor, mudo) - Por intermédio de créditos anunciados solenemente em folhas de papel, encontra-se um filme político e de suspense. Projeção (Marcos Bertoni, São Paulo, 1981, 3min25, cor, som) - Jovem cineasta conta em poucas palavras como prevê que seja seu filme e as reações do público. O Vampiro da Cinemateca (Jairo Ferreira, São Paulo, 1975-1977, 66min, cor, som) - Frases, trechos de filmes e seqüências ficcionais constróem um afresco do universo poético do autor de Cinema de Invenção. Serviço: Mostra Itinerante Itaú Cultural Marginalia 70. De 2 a 14 e de 16 a 20 de dezembro de 2002 às 9h30 e às 19h00. SESI de Sorocaba. Rua Duque de Caxias 494, Mangal - tel (15) 224.4090, ramal 243. Entrada Franca

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