Mostra Internacional de Cinema de SP começa dia 19

O evento este ano vai apresentar mais de 360 filmes, que vão trazer à cidade desde as novas tendências do cinema mundial até obras antigas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Agora, é oficial. Leon Cakoff deu a partida para a 30ª Mostra Internacional de Cinema São Paulo, que começa dia 19 para convidados e dia 20 para o público. O lançamento foi feito sábado de manhã, numa coletiva seguida da exibição de um filme ("Sonhos de Peixe", de Kiril Mikhanovsky). A mesa reuniu Leon, sua mulher (e parceira na empreitada) Renata Almeida e mais representantes de apoiadores e patrocinadores, como o Sesc, a Imprensa Oficial, a Faap e, claro, a Petrobrás, que, além de ser a principal investidora no evento, instituiu este ano, para comemorar o 30.º aniversário da Mostra, o Prêmio Petrobrás de Difusão Cultural. Destinado a filmes brasileiros em fase de lançamento, o prêmio vai contemplar com R$ 400 mil a melhor ficção e mais R$ 200 mil o melhor documentário. A escolha será feita pelo público e Leon e a Petrobrás, de comum acordo, estabeleceram regras para impedir a manipulação do resultado, coisas básicas, do tipo convidado do diretor não vota e as cédulas serão válidas exclusivamente para a sessão na qual forem distribuídas. Maior evento de cinema de São Paulo, a Mostra este ano vai apresentar mais de 360 filmes, que vão trazer à cidade desde as novas tendências do cinema mundial até obras antigas, num importante trabalho de resgate. Uma retrospectiva vai contemplar o cinema político italiano dos anos 60 e 70, devendo trazer a São Paulo a atriz Florinda Bolkan, para apresentar "Investigação Sobre Um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita", de Elio Petri, e integrar o júri da mostra competitiva que deve outorgar o troféu Bandeira Paulista, para novos diretores (até o segundo filme). Outra retrospectiva deve apresentar a íntegra da obra de Joaquim Pedro de Andrade, com seis longas e oito curtas, todos devidamente restaurados. Joaquim Pedro deve sua fama especialmente a "Garrincha, Alegria do Povo" e "Macunaíma", mas você já pode ir-se preparando para assistir, e talvez descobrir, com todo o esplendor da imagem, "Couro de Gato", "O Poeta do Castelo", "O Padre e a Moça", "Os Inconfidentes" e "Vereda Tropical", que dá de dez no Tsai Ming-liang de "Sabor da Melancia", com o qual tem pontos comuns. No quesito apresentações especiais, a Mostra vai trazer a São Paulo clássicos e obras cultuadas que serão exibidos com acompanhamento ao vivo. A pérola será "Cabíria", de Giovanni Pastrone, monumento do cinema italiano, de 1914, que consta ter sido a inspiração para que David W. Griffith fizesse "Intolerância", três anos mais tarde. "Cabíria" foi restaurado em Londres pelo brasileiro João Sócrates. Terá acompanhamento, ao piano, do italiano Stefano Maccagno. A Mostra anuncia um seminário sobre legislação cinematográfica, em parceria com a Motion Picture Association. O cartaz deste ano foi criado por Manoel de Oliveira (e você já poderá ter um gostinho de ver a vinheta no endereço http://blogdamostra.blog uol.com.br). Leon ainda não sabe se Oliveira poderá vir a São Paulo, mas o novo filme do quase centenário diretor português está confirmado - "Belle Toujours", uma releitura (ou atualização) de "A Bela da Tarde", de Luis Buñuel. O programa de abertura, no auditório do Ibirapuera, dia 19, será formado pelo longa documentário "Os EUA contra John Lennon", de David Leaf e John Scheinfeld, e pelo curta "Eu Quero Ser Piloto", dirigido pelo cameraman de Fernando Meirelles em "O Jardineiro Fiel", Diego Quemada-Diez. O de encerramento, dia 2 de novembro, no mesmo local, com a exibição da cópia restaurada de Macunaíma. No total, a Mostra deve exibir 362 filmes (270 longas, 21 médias e 71 curtas), embora esse número ainda seja parcial, podendo sofrer alteração - para mais. A Perspectiva e a Competição reúnem 114 títulos cada. Em uma e outra, podem ser destacados filmes que, com certeza, ajudarão a fazer a história da 30.ª Mostra - American Masters John Ford/John Wayne: "The Filmmaker and the Legend", de Sam Pollard; "Babel", de Alejandro González Iñarritu; "The Wind That Shakes the Barley", de Ken Loach; "Still Life" (Sanxia Haoren), de Jia Zhang-Ke; "Juventude em Marcha", de Pedro Costa; "I Don´t Want to Sleep Alone", de Tsai Ming-liang; "It´s Winter", de Rafi Pitts; "O Guardião", de Rodrigo Moreno; "Hamaca Paraguaya", de Paz Encina; "El Violín", de Francisco Vargas Quevedo; "Volver", de Pedro Almodóvar.

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