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Mostra "Emergentes" lança documentários de jovens diretores

Por Agencia Estado
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O formato audiovisual, seja ele um videodocumentário, curta-metragem de ficção ou videoarte, é, ao lado das novas tecnologias digitais, a saída mais criativa para quem se inicia na produção cinematográfica. Prova disso é a mostra Emergentes, que começa amanhã (30) no Itaú Cultural e vai apresentar cinco documentários inéditos, produzidos por novos diretores com o apoio da instituição. No ano passado, o Itaú Cultural, por meio do seu programa Rumos Cinema e Vídeo, adotou uma política de incentivo à produção de documentários. O gênero, segundo a instituição, integra diferentes pontos de vista dentro de uma perspectiva que reúne pesquisa e investigação de linguagens e temas. Essa idéia teve como base o fato de, nos dois últimos anos, ter havido uma produção de cerca de 200 títulos, dos quais muitos foram premiados dentro e fora do País. Emergentes é o resultado de um concurso, feito em 1999, que exigiu que os filmes fossem produzidos por pessoas com até 25 anos de idade, que ainda mantivessem vínculo universitário. Os vencedores ganharam prêmio de R$ 5.000,00. Os vídeos serão apresentados de amanhã à sexta-feira, na Sala Azul do Itaú Cultural. A mostra será aberta, às 20h30, com Cemitério de Elefantes, de Rodrigo Lorenzetti. Em seguida será exibido Tom Zé, ou Quem Irá Colocar uma Dinamite na Cabeça do Século?, de Carla Gallo. Quarta-feira é vez de Filme da Família, de Maya Pinsky, às 19 horas. E, na quinta, serão mostrados os documentários A Soltura do Louco, de Bernardo de Castro e Cristian Avello Cancino, e Cinema de Casa, de Marcos Toledo. De quarta a sexta-feira, haverá a reexibição de filmes. Os cinco trabalhos que integram a mostra Emergentes têm estilos muito distintos. Tom Zé, de Carla Gallo, propõe-se a investigar as diversas características da personalidade do músico, que seja, como diz a diretora, "intelectual ou gestual", e as que compõem sua poesia. Feito no formato betacam, o filme tem 48 minutos. "Recortar o pensamento de Tom Zé seria descaracterizá-lo", afirma ela. Corretíssima. Já Filme da Família, de Maya Pinsky, é ousado em outro aspecto. A diretora estreante partiu da idéia de explorar a capacidade criativa de cada membro que constitui uma família (escolhida aleatoriamente). Assim, cada indivíduo produziu um filme de no máximo 60 segundos, com o auxílio de um co-diretor - também novato. "A minha idéia não se restringiu a entrar no universo familiar, mas proporcionar um jogo cinematográfico; brincar com as linguagens", explica. O resultado é um filme de 13 minutos kinescopado para película 16 mm, com "filminhos" de Thiago, Fernanda, Leonora e Sergio Segreto, making off da aventura e entrevistas com os participantes. A Soltura do Louco traz uma boa história: o personagem é Ubirajara Ferreira Braga, o Bira, artista plástico e interno do manicômio Juqueri, em Franco da Rocha. Feito por Bernardo de Castro e Cristian Avello Cancino, o filme tem 32 minutos, no formato mini DV e betacam. Cinema de Casa é o trabalho documental que mais privilegiou a pesquisa. O diretor Marcos Toledo registrou depoimentos sobre o uso doméstico da Super 8, no Recife.

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