Mostra de cinema altera perfil de Tiradentes

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Por Agencia Estado
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A 4ª Mostra de Cinema de Tiradentes movimentou a cidade nos últimos nove dias. Mais de 33.950 pessoas passaram pelas salas de exibição de longas, curtas e vídeos, contra cerca de 30 mil em 2000. Para alguns comerciantes, o evento é sinônimo de aumento nas vendas. Para outros, a mostra não tem um reflexo comercial significativo. Maria José Ribeiro, presidente da Associação Comercial de Tiradentes, afirma que a mostra de cinema não é o evento mais importante para a cidade em termos de número de visitantes. Em 2000, a cidade recebeu cerca de 30 mil visitantes para a mostra. Entretanto, a maior festa da cidade ainda é a da Santíssima Trindade, que acontece na Semana Santa. ?Esta festa recebe mais gente que a mostra e o festival gastronômico juntos,? diz. O festival gastronômico acontece em agosto desde 1998. Maria José chama a atenção para o fato de os públicos destes eventos serem diferenciados. ?Na festa da Santíssima o público é mais romeiro. No Festival Gastronômico, o público é mais intelectualizado. Já a mostra de cinema tem atraído cada vez mais um público muito jovem?, afirma. É da mesma opinião Maria de Lourdes Gonçalves, vendedora de uma loja de artesanato. ?O público da mostra está cada vez mais jovem e eles não gastam muito, pelo menos em artesanato?, diz. Como não há um balanço da associação comercial, que esbarra na dificuldade de captação de informações por parte dos comerciantes, não é possível determinar ao certo se a mostra é realmente um bom negócio comercialmente para a cidade. As opiniões divergem. Para Eustáquio Fonseca, proprietário de restaurante, pousada e padaria, a mostra deste ano não foi tão significativa, comparando com os outros anos. ?O consumo em restaurantes da cidade caiu muito. Além disso, eu não tenho lucro com os convênios firmados. A refeição que vendo é muito barata, mas eu faço isso para ajudar a mostra, que é importante para a cidade. O que garante meu negócio são os outros clientes que vêm conferir o evento?. Mesmo assim, ele admite que há um aumento de cerca de 50% no movimento nessa época. Eliane Agostinho, proprietária de uma loja de artesanato e armarinho, não tem acréscimo nas vendas por causa da mostra. ?Esta época do ano é boa independentemente do evento, por causa das férias. Quem é turista mesmo não vem agora, pois a cidade está cheia. As pessoas já gastam muito em pousadas e restaurantes e não gastam com artesanato?, diz. Já para Nilberto Barbosa, também ligado ao artesanato e antiguidades, a mostra é uma boa oportunidade para aumentar as vendas. ?Durante a mostra aumentam cerca de 50% as vendas, o que não acontece no festival gastronômico. Este ano foi ainda melhor, pois o tempo colaborou?, afirma. Marcelo Gomes, proprietário de um bar, também é otimista com relação ao evento. ?Eu torço para chegar porque é um público que consome, um público mais sofisticado. A mostra não deixa o bar vazio. Segunda-feira, que normalmente é um dia em que nem abrimos, estamos cheios até a madrugada?, comemora. Apesar da divergência de opiniões, o certo é que a cidade, pelo menos nos fins de semana da mostra, recebeu um número muito maior de turistas do que a média dos finais de semana no decorrer do ano, que é de 1500 a 2000 pessoas. Os bares e restaurantes estiveram lotados, assim como as 86 pousadas da cidade.

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