Mostra celebra o melhor da arte do ator e diretor Mel Brooks

Programação resgata 'Banzé no Oeste' e 'O Jovem Frankenstein'

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Críticos tradicionais sempre disseram que, com um bom roteiro e um mínimo de savoir-faire, é possível fazer um bom western, um thriller eficiente. Para acertar na comédia, é preciso muito mais. Timing, maleabilidade física e, se o humor é verbal, diálogos bem escritos, cuspidos taco-no-taco. No CCBB, começa hoje a retrospectiva de Jerry Lewis - O Rei da Comédia -, que pode não trazer todo o autor, mas oferece uma seleção atraente do melhor que ele fez como ator e/ou diretor. Amanhã tem mais humor, e na Praça da Unidade do Sesc/Pinheiros, começa outra seleção dedicada a Mel Brooks.

Durante todas as quintas-feiras do mês, nos dias 5, 12, 19 e 26, serão exibidos quatro clássicos do ator e diretor, integrando o projeto Comediantes Como os de Antes, que tem como objetivo resgatar realizações de grandes artistas que marcaram a história do cinema. A programação começa com Banzé no Oeste e prossegue, pela ordem, com Primavera para Hitler, O Jovem Frankenstein e A Última Loucura de Mel Brooks. De Mel Brooks pode-se dizer o mesmo que de Leonard Nimoy, que morreu na semana passada. É único e é múltiplo. Nascido Melvin Kaminsky numa família judaica de New York, em 1926 - tem 88 anos -, é ator, diretor, produtor, roteirista, compositor e letrista.

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No começo, escrevia para Sid Caesar no show Broadway Review - foram dez anos de colaboração. Estabeleceram sua reputação como humorista feroz, não raro demolidor. E veio nova parceria - com Buck Henry, com quem escreveu e produziu a série Agente 86, que transformou Don Adams, graças ao personagem Maxwell Smart, num mito da época. Sua estreia no cinema foi com o curta The Critic, que lhe valeu um prêmio da Academia. Em 1968, fez o primeiro longa, The Producers, que venceu o Oscar de roteiro. Lançado no Brasil anos mais tarde, com o título de Primavera para Hitler, o filme foi montado como musical na Broadway, em 2000 - e ganhou nova versão para cinema em 2003, com Nathan Lane e Matthew Broderick.

No original, Zero Mostel é o produtor que propõe um negócio escuso para Gene Wilder. A ideia é levantar dinheiro para o pior show do mundo, vendendo antecipadamente os ingressos. De posse da bolada, Mostel espera voar para o Rio e desfrutar da dinheirama, mas ocorre o improvável - o show estoura, vira fenômeno de público. Conta a lenda que Mel Brooks se inspirou no lendário Pandemônio, de H.C. Potter, de 1941, criando números insanos como Springtime for Hitler. A ideia era causar - um judeu celebrando o super-homem nazista -, numa época, os transformadores anos 1960, em que os comportamentos estavam mudando e tudo parecia permitido.

Cercado de colaboradores fiéis (Marty Feldman, Sid Caesar, Dom DeLouise) e com participações especiais de Anne Bancroft, Paul Newman e Liza Minnelli, Mel Brooks recria o velho cinema mudo por meio da história de produtor que planeja retorno triunfal, mas tudo sai errado.

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