19 de julho de 2017 | 22h53
Morreu aos 78 anos, na terça-feira, dia 18, a professora da USP e pesquisadora de grande importância para o cinema brasileiro Maria Rita Galvão (vide o texto que Antonio Candido escreveu sobre ela, na Revista da USP).
Maria Rita deixa pelo menos dois livros obrigatórios -- ‘Burguesia e Cinema: O Caso Vera Cruz’, fruto de suas pesquisas de mestrado (‘Crônica do Cinema Paulistano’, 1975), e doutorado (‘Vera Cruz, a Fábrica de Sonhos’, 1976) e ‘O Nacional e o Popular na Cultura Brasileira: Cinema’, parceria com Jean-Claude Bernardet (1983).
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Atuou, também, como pesquisadora (e assistente de direção) em dois filmes de João Batista de Andrade & Jean-Claude Bernardet (‘Pauliceia Fantástica’, 1970, e ‘Eterna Esperança’, 1971). E como pesquisadora em ‘Cinema Brasileiro, Mercado Ocupado’, de Leon Hirszman, e ‘Vera Cruz, a Fábrica de Ilusões, Globo Repórter’ de Sérgio Muniz (1976).
O roteiro de ‘Sonho Sem Fim’, longa ficcional de Lauro Escorel, sobre o cineasta gaúcho Eduardo Abelin, baseou-se, segundo testemunho do diretor, em pesquisa de Maria Rita Galvão e Rudá de Andrade.
As últimas imagens de Maria Rita Galvão estão registradas no documentário ‘Escola de Cinema’, de Angelo Ravazi, que estreou no Cine OP, em Ouro Preto. O filme é sobre a Escola de Comunicações e Artes, da USP, na qual Maria Rita foi uma das primeiras alunas e depois se tornou professora.
Em suas intervenções, ela fala dos desafios de uma escola de audiovisual fundada em plena ditadura militar. Ela e outros pesquisadores e professores como Carlos Augusto Calil, Jean-Claude Bernardet e Ismail Xavier relembram de propostas da nova escola e da figura marcante para todos que foi o intelectual, ensaísta e fundador da Cinemateca Brasileira Paulo Emilio Salles Gomes.
A pesquisadora e professora da USP foi velada no Cemitério de Sousas e seu enterro será realizado na quinta (20/7), às 10h, no Cemitério São Paulo (rua Cardeal Arcoverde, em Pinheiros).
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