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Morre a diva mexicana María Félix

A mais conhecida estrela de seu país, famosa por sua beleza e por seus melodramas, tinha 88 anos

Por Agencia Estado
Atualização:

A atriz María Félix, a mais famosa atriz do cinema mexicano e símbolo da época de ouro do melodrama, morreu nesta segunda-feira de madrugada, enquanto dormia, em sua casa. María estava completando 88 anos no mesmo dia. Segundo a amiga Estela Moctezuma, que anunciou a morte, María, que era conhecida no México como La Doña, sofreu um infarto. Célebre pela beleza e pela sobrancelha arqueada, María Félix estrelou cerca de 50 filmes. Seu apelido se originou do personagem-título do filme Doña Bárbara, de 1943. Sempre a presença mais importante de seus filmes, María criou um estilo enérgico nas telas, em contraste com o tipo delicado que caracterizava as mocinhas dos filmes mexicanos. Ela mesma, uma apaixonada por cavalos,se dizia "uma mulher com coração de homem". María foi casada com Agustín Lara, o mais popular compositor latino-americano entre os anos 30 e 60. Lara dedicou a ela a canção María Bonita. Embora famosa na Europa e em toda a América Latina, ela sempre se recusou a aprender a falar inglês, o que a impediu de seguir o caminho natural de estrelar filmes em Hollywood. Seu último papel foi numa novela de televisão, em 1970. Desde então, viveu entre a Cidade do México e Paris. Entre seus filmes mais populares estão Enamorada, La Mujer sín Alma, La Devoradora e Mesalina. Mas ela trabalhou também com grandes diretores, como Luis Buñuel (Os Ambiciosos) e Jean Renoir (Cancan). Graças a sua carreira internacional, a atriz conheceu pessoalmente o filósofo francês Jean-Paul Sartre e a primeira-dama argentina Eva Perón, assim como Ernesto "Che" Guevara e Fidel Castro antes de se tornarem revolucionários famosos. Segundo a lenda, o rei Faruk, do Egipto, teria-lhe oferecido de presente o diadema de Nefertiti em troca de uma noite de amor. María Félix, por quem o célebre pintor muralista Diego Rivera também foi apaixonado, se casou pela primeira vez com um jovem rico de Guadalajara, com quem teve seu único filho, Enrique, que também foi ator e morreu em 1996. María casou-se mais quatro vezes: com o músico Raúl Prado, com Agustín Lara, com o ator Jorge Negrete e com o magnata francês Alex Berger, de quem ficou viúva em 1976. Nos últimos anos manteve um romance com o pintor Antoine Tzapoff. Televisões e rádios interromperam suas programações para anunciar a morte de María Félix. Sua última aparição em público foi em março, num show do cantor Luis Miguel, que a saudou com um beijo na boca.

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