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Moore lidera movimento antiguerra

Por Agencia Estado
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Ele pode ter sido vaiado e causado constrangimento entre a nata de Hollywood, mas uma semana depois do Oscar Michael Moore vive um momento de pop star. O diretor de Tiros em Columbine vê um recorde de tráfego em seu web site oficial e acaba de ser convidado para fazer uma aparição no festival de rock inglês Glastonbury. A notícia sobre seu novo filme - que vai investigar a relação da família Bush com Osama Bin Laden - ganhou destaque em todo o mundo e o videoclipe que ele dirigiu para a banda System of a Down está em alta rotação nos Estados Unidos. O agora famoso discurso batizado de Que vergonha, senhor Bush! gerou controvérsia o suficiente também para manter o livro de Moore, Stupid White Man, no primeiro lugar da lista de best-sellers do New York Times. Foi apropriado?, pergunta o diretor em um texto postado no web site oficial. Para mim, o inapropriado teria sido agradecer ao meu agente, advogado e estilista. Moore também usa o exemplo de uma aeromoça que veio pedir ajuda a respeito de uma injustiça trabalhista como justificativa de que deveria usar sua voz para expressar a opinião de dezenas de milhões de americanos. Desde que Tiros em Columbine foi premiado em Cannes, em maio, o nome de Moore é conhecido entre ativistas e fãs de entretenimento. Desde a semana passada, ele é conhecido, amado e odiado por milhões de pessoas das mais diversas áreas. Tanto que seu web site - que traz uma ótima coleção de ensaios e links - vem tendo 20 milhões de visitantes por dia desde o Oscar. É o site político mais visitado do mundo no momento. O fato de que Moore vai ser uma das atrações do festival de Glastonbury, entre 27 e 29 de junho, da Inglaterra, é prova também do apelo jovem do diretor de Michigan. Seu videoclipe para a música Boom!, do grupo System of a Down (um dos mais importantes do rock americano atual), que foi gravado durante a marcha anti-guerra de 15 de fevereiro, conquistou a geração MTV. A emissora, por sinal, tem publicado em seu web site histórias freqüentes envolvendo Moore. Na semana passada ele também viu a repercussão do Oscar com o público universitário ao fazer uma palestra (que estava agendada havia meses) na University of Rochester. Ele foi ovacionado por cerca de mil estudantes e viu protestos na porta da universidade. Que vergonha, senhor Moore!, dizia um dos cartazes. Toda a atenção não podia ser melhor: o cineasta (que prepara o lançamento de Tiros em Columbine em DVD para os próximos meses) acaba de fechar acordos para seu próximo documentário, que vai levar o conceito de Que vergonha, senhor Bush! muito mais além. Farenheit 911 promete mostrar o que aconteceu com o país desde 11 de setembro e como o governo Bush usou um evento trágico para impulsionar seus interesses. O filme vai também tratar da ligação entre Bush e Osama Bin Laden. A surpresa é por conta da associação da empresa de Mel Gibson (um republicano de direita) na produção do projeto. Tiros em Columbine teve um faturamento de US$ 40 milhões até agora.

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