Moore estréia seu filme e é alvo de críticas nos EUA

Um documentário e um livro, com severas críticas ao cineasta, pretendem desbancar os métodos do diretor de Tiros Em Columbine e Fahrenheit 9/11, que estréia hoje nos EUA

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Por Agencia Estado
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Os críticos de Michael Moore estão elevando as temperaturas com um livro e um documentário que buscam desbancar os métodos do diretor, no momento em que Fahrenheit 9/11 estréia nos cinemas norte-americanos. Desde seu primeiro filme, Roger & Eu, de 1989, Moore tem sido acusado de distorcer os fatos que apresenta de acordo com sua intenção. As críticas, seja em jornais, revistas ou sites da internet, ainda não conseguiram tocar os milhões de fãs do diretor, que levaram seu filme Tiros em Columbine, vencedor do Oscar de Melhor Documentário em 2003, a arrecadar US$ 21,6 milhões nas bilheterias e seus dois últimos livros às listas de best sellers. Na próxima terça-feira, David T. Hardy e Jason Clarke vão lançar Michael Moore Is a Big Fat Stupid White Man (Michael Moore é um grande e gordo homem branco idiota), no qual acusam Moore de ?loucura em série?. O livro será publicado pela Regan Books, a mesma do livro de Moore, Stupid White Men (Homens brancos idiotas). Hardy e Clarke analisam tópicos como a linha cronológica de eventos que Moore apresenta sobre o fechamento da fábrica da General Motors em sua cidade natal, Flint, no Estado do Michigan, em Roger & Eu; os paralelos que o cineasta estabelece entre a supremacia do grupo Ku Klux Klan e a Associação Nacional do Rifle em Tiros em Columbine; e a crítica de Moore no livro Dude, Where´s My Country? (Cara, ontem está meu país?) de potenciais laços entre o Iraque e Osama bin Laden. O cineasta Michael Wilson espera que seu documentário, Michael Moore Hates America (Michael Moore Odeia a América), chegue aos cinemas no final de agosto, para rebater Fahrenheit 9/11. Wilson disse que gostou de Roger & Eu, mas achou Tiros em Columbine problemático. A maneira como Moore tratou o caso de um garoto de 6 anos que atirou e matou uma colega de escola em Flint o aborreceu. ?Tiros em Columbine sugere que programas sociais do governo são os culpados, ao mostrar que a mão do garoto tinha que pegar um ônibus para trabalhar em dois empregos em outra cidade, o que não lhe permitia cuidar bem do filho. Minha mãe tinha dois empregos e adivinhe? Eu não atirei em ninguém?, disse Wilson. Wilson, Hardy e Clarke, que dizem ser moderados em relação à política, se usam da abordagem de Moore na tentativa de fazerem suas críticas com humor satírico. A capa do livro de Hardy e Clarke mostra uma imagem de Moore dando uma mordida no topo do Capitólio dos EUA, uma caricatura que lembra a animação surreal de Terry Gilliam para Monty Python´s Flying Circus. O site de Michael Moore Hates America mostra Wilson segurando um microfone em direção a uma cadeira de diretor com o nome de Moore, uma referência à capa do filme de Moore, Roger & Eu, em que o cineasta faz uma longa busca em vão pelo chefe da GM Roger Smith. Wilson diz que tentou diversas vezes uma entrevista com Moore, que não aceitou o convite.

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