O sucesso do documentário Fahrenheit 9/11, título traduzido no Brasil como Fahrenheit 11 de Setembro, para sua estréia no país na próxima sexta-feira, está dando o que falar. O filme já bateu o recorde de bilheteria entre os documentários, arrecadando mais de US$ 100 milhões, e deixa Michael Moore numa situação confortável para pensar em arrecadar verba para a próxima produção, Sicko, um documentário sobre as empresas de seguro saúde dos EUA. Mas antes de partir para novos projetos, Moore ocupa-se no momento da exibição de Fahrenheit 9/11 na pequena cidade de Crawford, no Texas, onde o presidente Bush tem uma propriedade rural. O fato é que nenhuma sala de cinema do povoado quis exibir o documentário. Moore prometeu doar uma cópia para o Crawford Peace House, um centro de seminários, reuniões e oficinas pela paz. O teatro de Waco exibiu o filme na semana pasada, mas Moore se ofereceu em seguida para apresentar seu filme em Crawford, seguido de um debate. Cerca de mil pessoas devem assistir ao documentário hoje à noite, num estacionamento de um estádio, segundo os organizadores da exibição. A polícia disse que haverá manisfetações de protestos. "Pessoalmente creio que somos um pequeno povoado e é como uma invasão a nossa casa", disse Fran Shelton, cuja família é propietária da cafeteria Crawford Coffee Station. "Todos temos direito a ter nossa opinião, mas preferiria que não trouxessem o filme para Crawford". Em seu site na internet (www.michaelmoore.com), Moore convidou o presidente George W. Bush para a sessão e para agradecer-lhe pessoalmente por ser a estrela do documentário. "Para dizer a verddade, você tem a participação principal no filme", declarou. A Casa Branca não respondeu a uma ligação telefônica feita por ele na terça. O documentário é uma dura crítica às políticas de Bush. Denuncia sua eleição à presidência como ilegítima, diz que foi negligente antes dos atentados terroristas de 11 de setembro, que mantém vínculos inapropriados com a família Osama bin Laden e que a invasão do Iraque foi um desastre para a segurança do país e do mundo. O documentário ganhou a Palma de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Cannes, o mais importante do mundo. e tem recebido aplausos de pé em algumas salas de cinema. Moore também conquistou um Oscar na categoria melhor documentário por Tiros em Columbine.