Mito de Glauber Rocha ressurge em Locarno

Filme dirigido por seu filho, Eryk Aruac Gaitan Rocha, sobre o exílio do cineasta em Cuba, teve uma boa recepção no festival suíço

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Por Agencia Estado
Atualização:

Glauber Rocha ressurge no Festival Internacional de Cinema de Locarno. Quem permite essa ressurreição é seu filho Eryk Aruac Gaitan Rocha, filho do cineasta com a colombiana Paula Gaitan, que, utilizando restos de bobina e documentos visuais de Glauber Rocha, deixados durante o exílio em Havana, nos anos 71 e 72, e entrevistas com cubanos da época, fez o documentário Rocha que Voa. Exibido aqui em Locarno, na mostra Semana da Crítica, o filme já conhecido no Brasil permite ao público relembrar os anos do cinema novo brasileiro (que tantos prêmios ganhou em Locarno), a posição revolucionária de Glauber Rocha contra a ditadura militar brasileira e sua estética da fome. As colagens, sobreposições e fusões de celulóides coloridos, num misto de figurativo surrealista, fizeram o Festival apresentar a produção como "filme homenagem de um filho ao pai, de um fascinante caráter figurativo e de uma enfeitiçante musicalidade". Eryk Rocha não veio a Locarno, pois deve ir ao Festival de Montreal, onde vai ser lançado o prêmio Glauber Rocha, no valor de 25 mil dólares canadenses, destinado ao melhor filme latino-americano. "A reação do público aqui em Locarno foi favorável, pois as pessoas têm muita curiosidade pelo mito Glauber Rocha e pelo cinema latino-americano, diz João Vargas Penna, do Grupo Novo de Cinema e TV, responsável pela distribuição. "O filme também suscita questões relacionadas com a política bem radical da época, com a esquerda e direita em nítido confronto. O filme é um documento e uma memória desses tempos, apreciados pela nova geração."

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