Ministro bósnio cancela permissão para filme de Angelina Jolie

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Por DARIA SITO-SUCIC
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Um ministro da Bósnia cancelou na quarta-feira a permissão para que a estrela de Hollywood Angelina Jolie filmasse naquele país parte de seu primeiro filme como diretora, citando a falta de documentação apropriada. A atriz vencedora do Oscar começou a rodar o filme em Budapeste, e sua companhia de produção disse que a montagem conta uma história de amor que começou antes da guerra da Bósnia que deixou 100 mil mortos entre 1992 e 1995. A filmagem deveria terminar em novembro na Bósnia. Jolie disse que o filme não vai interferir na política local, mas uma associação de vítimas femininas do conflito já se opôs a certos detalhes da trama. "No filme, uma vítima se apaixona por seu torturador", disse Bakira Hasecic, presidente da associação de Mulheres Vítimas da Guerra, segundo o jornal Oslobodjenje. Mas a produtora com sede em Sarajevo Scout Film disse que a história do filme não tem nada a ver com a acusação do grupo e disse que se trata de uma história de amor. Jolie ofereceu se reunir com as mulheres para esclarecer as dúvidas sobre o conteúdo do longa. Hasecic pediu às autoridades que impeçam que o filme seja rodado na Bósnia "devido ao roteiro que ofende as vítimas femininas da guerra e distorce a verdade sobre o que as mulheres sofreram nos campos de detenção", de acordo com o jornal. Não ficou claro se Hasecic havia visto uma cópia do roteiro. O ministro de Cultura e Esportes, Gavrilo Grahovac, da Federação muçulmano-croata, cancelou a permissão para a filmagem. "Já que a solicitação (para a filmagem) não está de acordo com a lei, está incompleta e não está acompanhada do roteiro necessário, o ministro Gavrilo Grahovac decidiu anular a permissão", disse o ministério em comunicado. A decisão diz que a Scout Film poderá enviar uma nova solicitação ao ministério que contenha a documentação necessária para fazer a filmagem. (Reportagem adicional de Maja Zuvela e Bob Tourtellotte, em Los Angeles)

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