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Michael Douglas estrela "Refém do Silêncio"

Por Agencia Estado
Atualização:

Mostre jogo de cintura e esqueça da lógica inflexível, que diz que coincidências não acontecem e que os fatos podem ter uma coerência própria, sobretudo na ficção. Essas são as exigências para você gostar muito de um filme como Refém do Silêncio, um thriller de história cheia de reviravoltas e levado num ritmo de suspense pouco encontrado em filmes recentes, de certo modo semelhantes a Resgate ou Busca Frenética. Michael Douglas é um psiquiatra chamado Nathan Conrad que tem uma vida boa, sucesso profissional e uma mulher bonita e amorosa, mais uma filhinha adorável e inteligente. Até o dia em que os malvados entram em ação. A filha dele é seqüestrada. O resgate: fazer o dr. Conrad descer aos labirintos da mente de uma garota perturbada que se encontra presa por matar um homem, a fim de descobrir ali um número que levaria a um diamante vermelho de US$ 10 milhões, roubado dez anos antes. O seqüestrador-chefe é um certo Patrick Koster (Sean Bean), que fora passado para trás na época do roubo. Ele estabelece um prazo maluco para o psiquiatra descascar o abacaxi do cérebro da moça (Brittany Murphy), que acaba às 5 da tarde. À certa altura, há quatro histórias paralelas no filme: o médico com a paciente, sua mulher precisando se defender embora com uma perna engessada, a filha de 8 anos tentando engambelar os seqüestradores e uma tira que se depara com o caso numa outra investigação. O filme se sai bem dessa pluralidade de enredos. As pontas se juntam e cada uma tem seu tempo próprio, enquanto o relógio avança para o prazo marcado. O suspense é garantido. Michael Douglas dá show no seu papel favorito, o do sujeito que começa arrumadinho e acaba desmoronado e amarrotado como um trapo velho. As qualidades superam alguns defeitos do filme e ele acaba sendo uma boa indicação para quem está cansado de ver dramas existenciais cheios de blá-blá-blá que povoam neste momento a programação especial das salas paulistanas.

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