Menor acompanhado não poderá ser barrado no cinema

A classificação indicativa das obras e espetáculos deverá ser exibida em locais de fácil acesso e de forma legível

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Por Agencia Estado
Atualização:

Crianças e adolescentes não poderão mais ser barrados na porta de cinemas e espetáculos. Uma portaria publicada nesta quinta-feira pelo governo no Diário Oficial da União (DOU) prevê que os pais possam autorizar seus filhos a assistir filmes, peças de teatro e shows recomendados a faixas etárias superiores à do menor, desde que estejam acompanhados de adultos e a classificação indicativa não seja exclusivamente para maiores de idade. Com isso, um adolescente de 14 anos poderá assistir a um espetáculo indicado para maiores de 16 anos, mas não para maiores de 18. Para autorizar o acesso dos menores a esses eventos, os pais precisam assinar um termo de responsabilidade atestando que tomaram conhecimento da classificação indicativa. A portaria 1.100 também estabelece as normas que devem reger a classificação indicativa de todas as diversões públicas e obras audiovisuais, inclusive as destinadas a vídeo, DVD, jogos eletrônicos e jogos de interpretação (RPG). Em vez da análise prévia do Ministério da Justiça, os próprios produtores e responsáveis por espetáculos deverão fixar as faixas etárias, de acordo com os critérios descritos no Manual da Nova Classificação Indicativa. A classificação indicativa das obras e espetáculos deverá ser exibida em locais de fácil acesso e de forma legível, especificando o tema predominante e o conteúdo das cenas consideradas inadequadas. Quem descumprir essas regras poderá ser punido de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que determina multa de 3 a 20 salários mínimos. "Não é o papel do Ministério da Justiça dispor sobre acesso de crianças e adolescentes a obras audiovisuais, mas apenas informar e recomendar aos pais, responsáveis pela decisão?, afirma o diretor de Justiça e Classificação do Ministério da Justiça, José Eduardo Romão. "Cabe aos pais decidir se os filhos estão preparados ou não para assistir a obras que contenham cenas de sexo, de violência, tal como as descritas no Manual". Outra novidade é a criação do grupo permanente de colaboradores voluntários, que serão convidados para sessões de análise e deverão ajudar na classificação.

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