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Mel Gibson se prepara para estréia de <i>Apocalypto</i>

Filme dirigido pelo ator, envolvido recentemente em escândalo por proferir comentários anti-semitas, tem lançamento previsto, nos EUA, para o próximo dia 8

Por Agencia Estado
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O ator e diretor Mel Gibson relevou nesta sexta-feira segredos de sua nova produção, Apocalypto, falada em um dialeto maia. "Ele é uma pessoa com uma visão que defende tudo o que faz. Isso é o mais admirável: sua força e o nível de energia que coloca em todo seu trabalho", afirmou o ator mexicano Gerardo Taracena, que integra o elenco de Apocalypto. Taracena é um dos 700 atores com pouca experiência que atua no épico sobre o fim da cultura maia, filmado entre Veracruz e Catemaco, no México. Aos olhos de Gibson, os rostos deste elenco multifacetado dão o espírito e o toque indígena de que a obra precisava. Segundo o astro de Hollywood, é "uma grande história, emocionante e espiritual, como o público quer ver". Violência A mais recente obra do diretor, famoso por Coração Valente, que lhe rendeu o Oscar de melhor ator, também inclui outro elemento já típico em Gibson: a violência. Sua intenção foi gravar um filme de aventuras "visual, visceral e cheio de emoção". Para defendê-lo, Tarracena diz que, durante as filmagens, tentou compartilhar a fascinação do diretor pela violência. "Não é um gosto doente. Ele é muito consciente em relação à violência que existe no mundo que estamos vivendo", completou o ator. Com Apocalypto, cujo lançamento, nos EUA, está previsto para 8 de dezembro, Gibson enfrenta o desafio de promover seu novo filme, muito menos apelativo do que A Paixão de Cristo. Sua versão das últimas 12 horas de vida de Cristo contou com um elenco pouco conhecido e foi falado em aramaico - uma língua morta. Astro enfureceu Hollywood Em Apocalypto, há elementos parecidos: o elenco é totalmente desconhecido e os poucos diálogos são em yucateca, dialeto maia quase desaparecido e falado apenas na península de Yucatán. "A história não é baseada num fato universal como a paixão de Cristo", disse o comentarista Brandon Gray ao analisar os pontos negativos de Apocalypto. Mas o maior empecilho que o filme terá de superar é o recente episódio protagonizado por Gibson, que enfureceu a indústria de Hollywood: o ator e diretor proferiu comentários anti-semitas a um policial quando foi preso por dirigir bêbado, em Malibu, em julho. Taracena assegurou que tudo não passa de "um exagero, uma situação que se tornou grande por tratar-se de Mel". "Todos podemos ter um dia ruim", completou o ator. Possível candidato ao Globo de Ouro e Oscar Os estúdios Disney, encarregados da distribuição da fita, compartilham da mesma opinião, pois lançarão o filme em 2.500 salas de cinema e farão de tudo para promovê-lo como possível candidato ao Globo de Ouro ou ao Oscar. Ao invés de ficar longe para evitar polêmicas, Gibson terá grande participação no processo de promoção da fita. Ele quer que o filme fale por si mesmo, substituindo as grandes festas de estréia por várias exibições gratuitas que provoquem os espectadores. Gibson também está disposto a dar entrevistas exclusivas a jornais e revistas de muita repercussão, algo que não fez quando lançou Paixão de Cristo. Segundo a revista Variety, dizem por aí que o filme é um "brilhante exercício cinematográfico, porém extremamente violento e assustador".

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