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Mel Gibson se desculpou tarde demais, diz especialista

O ator e diretor, que fez um longo pedido de desculpas à comunidade judaica por suas expressões anti-semitas, vive situação delicada, segundo especialistas em celebridades

Por Agencia Estado
Atualização:

Mel Gibson demorou demais para se desculpar somente nesta terça-feira após ter sido preso ao dirigir embriagado e em alta velocidade na madrugada de sexta-feira, em Malibu, nos Estados Unidos, segundo opinião de um especialista em celebridades. O ator reconheceu pela primeira vez que disse impropérios anti-semitas para o policial James Mee do Departamento de Polícia de los Angeles na última sexta-feira - uma atitude que ameaça sua carreira e o lançamento de seu novo filme Apocalypto, em dezembro, no qual ele e os estúdios Disney investiram dezenas de milhares de dólares. A rede de televisão ABC cancelou hoje a parceria com a empresa de Gibson para produzir uma minissérie sobre o Holocausto. "As pessoas formam opinião nas primeiras 24 horas", disse Richard Levick, cujo escritório de advocacia em Washington representa várias celebridades. "Ele ficou constantemente atrás dos fatos e depois precisou se expor diante das pessoas. Sua atitude fez com que as pessoas presumissem que ele era anti-semita". Opinião do rabino Marvin Hier O rabino Marvin Hier, do Centro Simon Wiesenthal em Los Angeles considerou o comunicado do ator apenas um primeiro passo. Hier disse que Gibson deve provar a si mesmo sua reabilitação, primeiro completando seu programa de reabilitação e depois realizando atos de boa vontade como visitar os campos de concentração nazistas na Alemanha. Fama de anti-semita A fama de anti-semita persegue Gibson desde 2004, quando dirigiu A Paixão de Cristo, que incomodou os judeus por mostrar que eles se sentiram injustamente retratados pelo seu papel na morte de Jesus. O fato assumiu maiores proporções após uma entrevista concedida pelo pai de Gibson, que disse que o Holocausto era uma ficção. O especialista Richard Levick diz que o filme se tornou um blockbuster apesar ou por causa da controvérsia e que esta era a grande chance de Gibson provar que ele não é uma pessoa fanática. Já o consultor de mídia, Michael Sands, viu no pedido de desculpas de Gibson uma saída cínica já que atribui ao álcool seu anti-semitismo. Para o veterano agente de celebridades, Michael Levine, existem quatro princípios básicos que uma celebridade deve seguir para enfrentar uma crise: rapidez, humildade, arrependimento e responsabilidade pessoal. "Se você conseguir essas quatro coisas, geralmente se sairá bem na América. Longo pedido de desculpas O ator e diretor Mel Gibson divulgou por meio de seu porta-voz Alan Nierob, nesta terça-feira, que não é fanático ou anti-semita e frisou que pediu desculpas a toda a comunidade judaica pelas palavras desprezíveis que pronunciou após ser preso. "Qualquer espécie de ódio vai contra meus princípios", disse. "Devo assumir a responsabilidade por minhas palavras e pedir desculpas diretamente àqueles que ficaram magoados e ofendidos por essas palavras", reafirmou. "Eu não quero apenas pedir desculpas", Gibson disse. "Eu gostaria de dar um passo adiante e me encontrar com líderes das comunidades judaicas para que juntos encontremos um caminho apropriado para curar as feridas", sugeriu o ator. O incidente Segundo informou a polícia, o nível de álcool no sangue de Gibson no momento de sua detenção às 2h36 da última sexta-feira em Malibu, nos Estados Unidos, era de 0,12%, quando o limite legal é de 0,08%. Ele dirigia seu Lexus LS, onde foi encontrada uma garrafa de tequila, a mais de 140 quilômetros por hora, em um local onde o limite de velocidade era de 72 quilômetros por hora. Ao ser preso Gibson teria dito "Os judeus são responsáveis por todas as guerras do mundo". Os relatórios do Departamento de Polícia da cidade de Los Angeles contém declarações anti-semitas e impropérios ditos pelo ator. Gibson que é ator e diretor de cinema, ganhou um Oscar por Coração Valente (1995). O ator estrelou filmes como Máquina Mortífera, Mad Max, Do que as Mulheres Gostam e Homem Sem Rosto, entre outros. O último filme que dirigiu foi o polêmico A Paixão do Cristo (2004), que causou polêmica com grupos religiosos, especialmente os judeus. Atualmente conclui as filmagens de Apocalypto, produção que é rodada em dialeto maio.

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