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'Medianeras' conta com humor história de amor virtual

Filme argentino aborda romance cotidiano explorando visual arquitetônico de Buenos Aires

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Por Redação
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Vem da Argentina essa rajada fresca de criatividade e bom-humor que, ao contrário das tradicionais frentes frias meteorológicas que nos invadem a partir da terra de Maradona, aquece o coração de quem se dispõe a conferir Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual, que chega agora aos cinemas brasileiros. A história é simples e comum e se repete diariamente nas cidades de qualquer país: dois jovens solitários, que moram tão próximos, mas não se conhecem, só precisam de uma mãozinha do destino para finalmente se encontrarem e começarem uma nova história de amor, dessas que, bem contadas, dão um bom filme, um bom livro ou uma canção de sucesso. Martin (Javier Drolas) e Mariana (Pilar López de Ayala, de Lope) são dois desses jovens que quase se esbarram nas ruas e que poderiam juntar suas solidões, se tivessem uma oportunidade de ficarem a sós. Ele é um aficionado por Internet e reduziu sua vida a um minimalismo extremo. Em sua mochila carrega um peso fixo com objetos que podem ser úteis em seu dia a dia, ou até mesmo salvá-lo em situações extremas. Claro que isso é um exagero. Pelo computador, Martin pede comida, faz compras e entra em sites de relacionamentos, nos quais conversa com mulheres tão estranhas como ele. Seu único companheiro é um cachorro deixado por sua ex-namorada, que ele leva diariamente para passear. O cão acaba se tornando o único motivo para que saia de casa. Mariana também é sobrevivente de um relacionamento. Arquiteta com fobia de elevadores, ela constrói manequins para uma loja de roupas e cuida da decoração das vitrines. Esses bonecos, que ela veste e despe diariamente, são a representação mais próxima da figura humana com a qual se relaciona. Ela também frequenta chats na Internet e já teclou com Martin, mas não sabe que ele está tão perto. Um terceiro personagem é a cidade e sua arquitetura que, na visão de Martin, é planejada para manter as pessoas afastadas e isoladas em seu mundo, como as "medianeras", as paredes cegas dos edifícios, sem janelas. Para que Martin e Mariana finalmente se encontrem -- e a platéia ficará torcendo para que isso não demore -- alguns obstáculos arquitetônicos terão que ser superados, como o pavor que Mariana tem de elevadores, ou as "medianeras" de seus prédios. Construído de forma delicada e bem-humorada, o roteiro vai aos poucos abrindo as trilhas para os dois futuros apaixonados se conhecerem. O final de uma história como essa, de uma geração que vive conectada aos computadores e desplugada dos relacionamentos humanos, tem tudo para acabar no Youtube, no Facebook ou em outros sites das redes sociais, alimentando histórias semelhantes.

(Por Luiz Vita, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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