Marco do cinema político da Itália, 'A Batalha de Argel' chega em DVD

Filme virou obra de referência dos militares norte-americanos por trazer a visão dos terroristas

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Nada como o tempo para recolocar as coisas em perspectiva. Nos anos 1960, Pier-Paolo Pasolini provocou escândalo em Veneza com seus filmes O Evangelho segundo Mateus e Teorema, e pelo segundo quase foi excomungado pelo Vaticano, por sua abordagem 'profana' da família e do sagrado. Esta semana, o crítico do Jornal do Vaticano anunciou que a versão restaurada do Evangelho foi integrada à biblioteca vaticana, e que Pasolini fez o melhor de todos os filmes sobre Cristo. Em 1966, outro italiano ganhou o Leão de Ouro em Veneza - Gillo Pontecorvo, por A Batalha de Argel. O filme sobre a luta do povo argelino pela libertação foi proibido como subversivo pelos militares no Brasil e como antifrancês na França. Passaram-se os anos e, após o 11 de Setembro, A Batalha de Argel virou obra de referência dos militares norte-americanos, dissecado na CIA e no Pentágono por trazer a visão dos terroristas.

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