Madonna canta Gil e Caetano em ode ao futebol

Cantora firmou contrato com a produção de Alegria - Paixão do Futebol para participar da trilha sonora do filme, que pretende traçar painel do esporte ao redor do mundo

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Por Agencia Estado
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O esporte mais popular do mundo cantado por uma das maiores pop stars do planeta. Há poucos dias a produção do filme Alegria - Paixão do Futebol, cujas cenas no Brasil serão dirigidas por Jorge Monclar, firmou contrato com Madonna, que vai participar da trilha sonora do longa-metragem. Segundo o produtor Sidnei Loureiro, ela vai cantar versões em inglês de Alegria, Alegria (Caetano Veloso) e Aquele Abraço (Gilbeto Gil), músicas que servirão de fundo para imagens que fizeram a história do futebol brasileiro e mundial. "Ela se entusiasmou muito quando conheceu o projeto", diz Loureiro. O produtor afirma que a escolha de Madonna foi natural, por tratar-se da cantora mais conhecida do mundo e uma fã do esporte. "Ela disse que jogou futebol quando era menina, já que sempre foi meio moleca", conta Loureiro. As negociações com a cantora foram facilitadas em razão dessa afinidade. "Ela só grava o que quer." Madonna também vai participar da divulgação do filme, posando para fotos vestindo camisas dos principais clubes brasileiros. Depois, diz Loureiro, vai lançar um CD com as canções do filme. Tudo isso, é claro, depois que ela curtir o segundo filho, Rocco, nascido na sexta-feira. Uma das mediadoras das negociações com Madonna foi a roteirista e principal diretora de Alegria, a inglesa Elizabeth McIntyre, grande amiga da cantora. Ela esteve no Brasil em março e impressionou-se com a força do futebol por aqui. "Talvez possa ter havido alguma influência do atual namorado de Madonna (o diretor Guy Ritchie), que é inglês", especula Loureiro. Alegria é uma produção com orçamento previsto de R$ 16 milhões. Por trás dessa cifra generosa está a produtora inglesa Atlantic Eye, de Adrian Milne, sócio de ninguém menos que Steven Spielberg. O filme terá imagens raras e clássicas, colhidas numa minuciosa pesquisa realizada em arquivos brasileiros e ingleses. Por aqui, a equipe de Monclar garimpou fitas e informações nos arquivos da extinta TV Rio, da Record, da Excelsior e da Biblioteca Nacional. No entanto, no arquivo da BBC, em Londres, foi encontrada a imagem possivelmente mais preciosa da pesquisa: a cena de uma bicicleta de Leônidas da Silva, o Diamante Negro na Copa de 38, na França, durante o jogo Brasil x Hungria. "A imagem foi feita por um torcedor búlgaro, da arquibancada, com uma câmera Parabolex movida a corda", conta Loureiro. A fita está em Los Angeles sendo restaurada. Passado e presente - Apesar de abranger a prática do futebol em todo o mundo, da Índia à Islândia, passando pelo Japão e pelos Estados Unidos, é no Brasil que o filme vai focalizar as ações mais importantes. Entre as histórias que integram o rico imaginário do esporte no País estão as de ídolos do passado, como o botafoguense Heleno de Freitas, até craques atuais, como Romário. "Descobrimos que o Bigode, que jogou a final da Copa de 1950, está vivo, morando num sítio em São Mateus, no Espírito Santo, e o levamos para assistir ao jogo Brasil x Uruguai pelas Eliminatórias da Copa", informa Loureiro. Em seu retorno ao Maracanã, 50 anos após a fatídica derrota para os uruguaios, Bigode reencontrou Gighia, autor do gol que silenciou 200 mil pessoas no estádio, e deu-lhe um abraço emocionado. Outra cena rara que será mostrada em Alegria. A qualidade dessas histórias serão acompanhadas por entrevistas e cenas gravadas em locais inusitados onde se pratica futebol no mundo. Para realizar as entrevistas na Europa a produção vem estudando alguns nomes. Entre eles o do ator Anthony Hopkins, que também faria a narração do filme. As novidades e atrações de Alegria não estão só na ficha técnica. A tecnologia utilizada é a que há de melhor no mercado. O destaque, sem dúvida, é a câmera digital japonesa, que, na opinião de Loureiro, deve revolucionar a indústria cinematográfica. "A Sony produziu apenas quatro modelos dessa câmera; uma está com o Spielberg, em Los Angeles, outra está no Japão, nós estamos com a terceira e a última está na Alemanha", diz Loureiro. "A grande vantagem dessa câmera está na kinescopagem (passagem do vídeo para a película), feita em 24 quadros por segundo." A distribuição de Alegria - a cargo da Miramax - vai garantir o lançamento simultâneo do filme em cerca de 4 mil salas de cinema no mundo, das quais 390 nos Estados Unidos. A estréia está prevista para março de 2002. "O público do Brasil e da Coréia poderão assistir ao mesmo tempo", empolga-se Loureiro.

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