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‘Lucy’, de Luc Besson, abre 67ª edição do Festival de Cinema de Locarno

‘Ventos de Agosto’, de Gabriel Mascaro, é o único longa brasileiro na competição oficial da mostra realizada na Suíça

Por Flavia Guerra
Atualização:

LOCARNO - “Cinema é por si só a arte da troca, que tira vantagem da intersecção, das sobreposições. O legado da nouvelle vague nos deixou esta noção de cinema.” Assim o diretor artístico do Festival de Locarno, Carlo Chatrian, apresenta a edição 2014 da mostra que agita o sul da Suíça até o dia 16 e conta com a presença de nomes como Mia Farrow, Juliette Binoche, Aleksandr Sokurov, Melanie Griffith, entre outros. 

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Um dos mais importantes festivais de cinema de autor do mundo, dedica nesta sua 67.ª edição atenção especial ao legado da nouvelle vague e também ao novíssimo cinema brasileiro. Pela nouvelle vague, quem responde é a cineasta Agnès Varda. Ela recebe o troféu Leopardo de Ouro no domingo, 3, em cerimônia na qual será exibido o longa dirigido por ela, Les Plages D’Agnès. A festa ocorre em uma das maiores salas de cinema a céu aberto do mundo, a Piazza Grande, que abriga até oito mil pessoas. 

Nesta quarta-feira, 7, foi a vez de Lucy, novo longa de Luc Besson, com Scarlett Johansson, ser conferido por uma plateia animada que lotou a praça para assistir à cerimônia de abertura do festival. Antes da sessão, os júris das diversas seções se apresentaram. E é no júri da competição oficial que já se nota a presença brasileira. Com profissionais como o diretor italiano Gianfranco Rosi, a brasileira Alice Braga será responsável por decidir quem levará o prêmio de melhor filme. Já na seção Pardi di Domani, o cineasta mineiro Helvécio Marins Jr. (de Girimunho), ao lado do ator holandês Rutger Hauer, escolhe os jovens talentos que terão seus curtas e médias em evidência. 

Na competição oficial, o longa brasileiro Ventos de Agosto, de Gabriel Mascaro, concorre com La Princesa de Francia, do argentino Matías Piñeiro; Mula Kung Ano Ang Noon, do filipino Lav Diaz, e Cavalo Dinheiro, do português Pedro Costa. “Locarno aposta no cinema de risco e é muito bom poder encontrar curadores que assumem dividir este risco com o realizador”, declara Mascaro ao Estado

Há outros sete longas do País na seção Carte Blanche, na qual diversos diretores e produtores exibirão seus filmes em fase de finalização para profissionais da área, agentes de venda e programadores de mostras internacionais. Entre 40 inscritos, foram escolhidos Aspirantes, de Ives Rosenfeld; Beco, de Camilo Cavalcanti; Nise da Silveira, de Roberto Berliner; O Touro, de Larissa Figueiredo; Oração do Amor Selvagem, de Chico Faganello; Ponto Zero, de José Pedro Goulart; e Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert.

Ainda sobre a presença brasileira, na seção Cineastas do Presente, que revela novos talentos e exibe somente primeiros e segundos filmes, o destaque é a coprodução entre a brasileira Primo Filmes e a uruguaia Cordon films Los Enemigos del Dolor, de Arauco Hernández. 

Melanie Griffith, atriz do curta "Thirst", durante abertura do Festival de Locarno Foto: Urs Flueeler/EFE

Já entre os curtas, O Bom Comportamento, de Eva Randolph, integra a competição internacional. Na seção fora de concurso, o média Poder dos Afetos, de Helena Ignez, com Ney Matogrosso, Simone Spoladore, Djin Sganzerla, entre outros, faz sua première mundial. 

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A repórter viajou a convite do Festival.

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