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'Leonera' retrata condições da maternidade em prisão

Filme tem forte ligação com o Brasil, como o ator Rodrigo Santoro e co-produção da Videofilmes

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Por Redação
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Concorrente à Palma de Ouro no Festival de Cannes 2008, o drama Leonera, do diretor argentino Pablo Trapero (Do Outro Lado da Lei), é ambientado numa prisão feminina. Mas seu grande assunto não é a vida das detentas e sim a maternidade numa situação-limite. O filme estréia no Rio de Janeiro e em São Paulo e tem no elenco o ator brasileiro Rodrigo Santoro, falando castelhano.   Veja também: Trailer de 'Leonera'        Além do ator, o filme tem duas outras ligações com o Brasil. A primeira: ter sido co-produzido pela empresa brasileira Videofilmes, dos irmãos Walter e João Moreira Salles. A segunda: trazer, logo nas primeiras cenas, a música Ora,Bolas, do músico brasileiro Paulo Tatit, com uma letra em castelhano. A protagonista de Leonera é Julia (Martina Gusman), jovem que se envolveu num assassinato passional. Ela fazia parte de um triângulo amoroso com Nahuel, o morto, e Ramiro (Rodrigo Santoro), namorado dele e que é o outro acusado pelo crime. Grávida do homem que supostamente matou, enquanto espera o julgamento Julia é enviada à seção de prisioneiras que têm filhos - uma ala em que, ao contrário das outras, há brinquedos, cores e um pouco de suavidade. Mas ali existem também mães dispostas a tudo para impedir que qualquer coisa falte aos seus filhos ou que a violência que às vezes atinge o resto da prisão chegue até ali. Depois de rejeitar a gravidez, Julia se transforma com o nascimento da criança. Imediatamente se apaixona pelo filho, vivendo com ele uma relação muito parecida à de outras mães que vivem fora da prisão. Cuida de sua alimentação e roupas, leva-o até a creche-escola, vai buscá-lo no fim da tarde. Ele é o centro de toda a sua vida. À medida que o menino cresce, Julia se angustia, diante da iminência de separar-se dele. Pela lei argentina, mães detidas só podem manter os filhos junto a si na cadeia até no máximo os 4 anos de idade. A partir de um relacionamento com uma colega de cela, Marta (Laura Garcia), e dos conflitos com sua mãe refinada (Elli Medeiros) - que deseja levar o neto para viver sob sua guarda - Julia se transforma. E também sabe que terá de tomar alguma atitude, por mais radical que seja. Mulher do diretor Trapero e produtora da maioria de seus filmes, inclusive este, Martina Gusman tem aqui seu primeiro papel como protagonista no cinema. Anteriormente, ela havia tido experiência teatral e mostra talento nesta transição. (Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

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