"Lenda Urbana 2" é aula de cinema ruim

A pretexto de contar como é sufocante a vida dos alunos de um curso de cinema, Lenda Urbana 2 mistura personagens e realizadores em um bloco só. Vale ser visto por estudantes de cinema

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Por Agencia Estado
Atualização:

Assim não dá! A pretexto de contar como é sufocante a vida dos alunos de um curso de cinema, Lenda Urbana 2 mistura personagens e realizadores em um bloco só. Os pobres estudantes que se esfolam para fazer um filme de conclusão do curso são tão desastrados como a equipe (diretor John Ottman, roteiristas Paul Boardman e Scott Derrickson) que os submeteu a este vexame. A diferença é que os estudantes querem um dia chegar a Hollywood e os realizadores, inexplicavelmente, já estão lá. Em que escola estudaram e quem os aprovou para o exercício da profissão são mistérios. A Lenda 2 é continuação de número 1 (de 1998) e se inscreve num subgênero que pode ser chamado de terror adolescente. Tem suas pretensões. Os professores citam Truffaut e Godard e seguem a perigosa (para quem não a conhece) trilha que confronta o que é filme e o que é vida. Não conseguem mostrar nem uma nem outra. Um criminoso (Jason e Freddy Kruger, de Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo) ressuscitado de tantos filmes ordinários vai promovendo a carnificina habitual. Mas o grande vilão é mesmo a trilha sonora, com suas portas batendo como se fossem trovões e gente gritando até perder o fôlego. Pesado, sem uma gota de humor - ainda que negro - e de uma vulgaridade de espantar até adoradores de Conan e outros bárbaros, o filme só é recomendado - como lição de casa - aos estudantes de cinema. Lá encontrarão um pestilento repertório de tudo que não devem aprender.

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