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Kinescopar não é prioridade

Marcelo Masagão é entusiasta do cinema digital. A experiência adquirida e a tecnologia digital fizeram com que ele gastasse R$ 130 mil no novo filme, metade do que precisou no filme anterior

Por Agencia Estado
Atualização:

"Não é minha prioridade kinescopar já que para isso tenho de arrumar cerca de US$ 50 mil. Se conseguir esse dinheiro vou gastá-lo para a divulgação do filme", afirma Marcelo Masagão. Ele se recusa a gastar tanto dinheiro revertendo vídeo para película 35 milímetros acreditando que, no próximo semestre, algumas salas de projeção digital possam ser inauguradas no Rio e em São Paulo, conforme anunciaram recentemente Ademar Oliveira, diretor do Espaço Unibanco de Cinema, e João Carlos Avellar, ex-presidente da RioFilme. "Acho que se isso ocorrer ainda posso atingir um bom público, como foi com Nós Que aqui Estamos, que só em salas alternativas, como o Unibanco, foi visto por 25 mil no Rio, 20 mil aqui e 15 mil no restante do País", lembra. Masagão também é entusiasta do cinema digital. Para ele, "mais gente vai fazer e mais diversidade vai haver". A experiência adquirida e a tecnologia digital fizeram com que ele gastasse R$ 130 mil no novo filme, metade do que precisou no filme anterior. "E não precisei de leis de incentivo: R$ 80 mil vieram do único concurso público para documentários do Ministério da Cultura e R$ 50 mil vieram da Riofilme", comemora. O dinheiro que gastaria na conversão para película pretende dirigir à divulgação e distribuição do filme. Segundo ele, a tendência é evitar depender de festivais para mostrar ao público Nem Gravata nem Honra. "Muito mais que me preocupar com festivais, nesse filme vou procurar viabilizar uma boa verba para sua divulgação", diz. E completa: "Com a experiência do Nós Que aqui Estamos, descobri que a maioria dos diretores de festivais dentro e fora do Brasil é bastante conservadora, limitada e muito mais politiqueira que entendedores de cinema." Opinião que, certamente, é um reflexo da sua participação no 3.º Festival do Recife, quando seu filme foi considerado o melhor da competição, tanto pelo júri oficial como pelo popular, mas não recebeu o prêmio prometido de R$ 50 mil. A organização se exime de qualquer compromisso prévio, mesmo que essa premiação tivesse sido divulgada na época para competidores público e imprensa. A verba teria sido cortada pela desistência de um patrocinador. Hoje o caso está na Justiça e o julgamento em primeira instância deve ocorrer em breve. De qualquer forma, não são fatores que devem desanimar a competição de Masagão em futuras oportunidades, ainda que passe a dar prioridade às exibições para o público. Não deve ser diferente com o novo projeto que desenvolve agora com Gustavo Steinberg (roteirista de Cronicamente Inviável ao lado de Bianchi): um filme sobre o consumo, que deve abranger desde a leitura de notícias até a compra de carros. Se o novo projeto vai ser um documentário, ficção ou filme memória, só o tempo vai dizer.

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