Kevin Spacey fala de seu novo filme, 'Cassino Jack'

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Por Janet Guttsman

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TORONTO (Reuters Life!) - Kevin Spacey recebeu um Oscar por seus papéis de pai que passa por uma crise da meia-idade em "Beleza Americana" e criminoso astuto em "Os Suspeitos".

Em seu novo filme, "Casino Jack", ele representa o lobista governamental corrupto Jack Abramoff. O papel lhe valeu esta semana uma indicação ao Globo de Ouro de melhor ator em uma comédia.

O filme, que estreia nos cinemas americanos na sexta-feira, analisa a cultura do "eu em primeiro lugar" em Washington, exemplificada por Abramoff, que fazia lobby junto a parlamentares em nome de cassinos e pagava propinas a muitos políticos.

Para preparar-se para o papel, Spacey passou horas conversando com Abramoff numa prisão federal nos Estados Unidos, onde o lobista estava detido até ser solto, este mês. Ele conversou com a Reuters sobre o filme, suas impressões sobre Abramoff e seus planos para o futuro.

P: Abramoff é visto no filme como um personagem bastante complicado. Como você decidiu a maneira com que representá-lo?

R: Decidi que eu não começaria a fazer uma pesquisa de verdade enquanto não o tivesse conhecido pessoalmente. Eu não queria começar já com muitas opiniões pré-concebidas sobre ele.

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Abramoff foi muito prestativo, generoso e divertido, e sob vários aspectos muito diferente do que eu imaginava que ele seria. Eu entendi perfeitamente por que ele tinha sido tão bem sucedido em levantar fundos. Em qualquer lugar onde estivesse, ele teria dominado o ambiente totalmente.

Sua cobiça não era para ele mesmo. Foi porque ele se envolveu na disputa para ser o melhor, de ser aquele que ganhava mais dinheiro na cultura do setor do lobby. Francamente, quando você analisa bem, ele não fez nada que todo o mundo em Washington não fizesse. Apenas o fazia melhor que todos os outros, com mais destaque, ganhando mais dinheiro.

P: Esse tipo de coisa continua a acontecer?

R: É claro que sim.

Se essa situação mudar, não será porque os políticos querem que mude, mas porque o público quer.

P: Você tem outro trabalho, que é o de diretor artístico do teatro Old Vic, em Londres. Você prefere o teatro ou o cinema?

R: Sempre preferi o teatro. Comecei no teatro, e nunca o vi como ponte para chegar ao cinema, mas como uma parte tão viável e importante de minha experiência quanto é o cinema. Trabalhar para o Old Vic vem sendo o trabalho mais difícil que já fiz e o que mais me satisfaz. Eu adoro a companhia e as pessoas com quem trabalho, e adoro Londres.

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Neste próximo ano e meio vou tirar tempo para fazer cinema e televisão, porque sei que em 2012 vou tirar o ano inteiro para fazer "Ricardo 3" com (o diretor) Sam Mendes. A peça vai percorrer o mundo e será encenada no Old Vic.

P: Conte algo sobre seu próximo filme, "Margin Call", sobre o derretimento financeiro global.

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R: Foi um filme interessante, em que novamente temos eventos que aconteceram de fato e as decisões que foram tomadas.

O roteiro é sobre um homem que fica totalmente dividido em relação ao que sua empresa lhe pede para fazer. Ele não era o executivo-chefe, aquele que tomava as decisões; era alguém que recebia ordens. Novamente, é uma situação em que há ideias e figuras retratadas que entram em choque, apesar de serem figuras fictícias baseadas na queda de vários bancos reais.

Foi um elenco ótimo, com Jeremy Irons e Demi Moore. Foi rodado em Nova York, a maior parte à noite. São 24 horas de alta tensão, desde o momento em que percebem que tudo está perdido até a tarde do dia seguinte, quando venderam tudo e tudo praticamente perdeu o valor.

P: Quais são as chances de Oscar de "Cassino Jack?"

R: Não sei. Quem sabe? Vamos torcer!

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