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Josh Hartnett filma com ídolo Harrison Ford

Das filmagens de Divisão de Homicídios, comédia policial que estréia amanhã em São Paulo e interior, Hartnett lembra que bateu o carro e brinca "eu podia ter matado Indiana Jones"

Por Agencia Estado
Atualização:

Da filmagem de Divisão de Homicídios, Josh Hartnett traz uma única recordação desagradável. "Eu podia ter matado Indiana Jones", brinca o ator, referindo-se ao acidente que sofreu no set enquanto dirigia um carro com Harrison Ford ao seu lado. Durante uma cena de perseguição automobilística, Hartnett perdeu o controle do veículo e bateu contra um muro, deixando a equipe de produção desesperada. "Por sorte, nós saímos praticamente ilesos. Tivemos apenas alguns machucados leves", diz o ator de 25 anos, que quis seguir o exemplo de Ford (conhecido por dispensar dublês em cenas de ação). Nessa comédia policial que estréia amanhã em São Paulo e no interior paulista, Hartnett interpreta o parceiro de Ford na luta contra o crime em Los Angeles. Ambos vivem detetives que investigam a morte de um cantor de rap. "Eu sempre idolatrei Harrison Ford. Ele é o cara mais ?cool? do cinema. Confesso que tenho uma coleção de bonecos baseados em personagens que ele interpretou, como Han Solo, de Star Wars. Mal pude acreditar quando descobri que contracenaria com um ídolo nas telas", conta Hartnett. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida em Los Angeles. O que o levou a optar por uma comédia, principalmente depois de uma temporada afastado das telas (Hartnett tirou férias de um ano depois do lançamento de 40 Dias e 40 Noites)? Tudo aconteceu muito rápido para mim. Eu saí da universidade, fui para Los Angeles e já comecei a trabalhar como ator. Não tive tempo para pensar se era isso mesmo que eu queria. Então passei a me questionar se queria realmente fazer parte da máquina hollywoodiana. Para ser sincero, só aceitei interpretar o personagem de Divisão de Homicídios porque ele estava sentindo o mesmo que eu, na época. Trata-se de um jovem indeciso quanto ao rumo que dará em sua vida. Por isso, ele mantém dois empregos, o de policial e o de professor de ioga. Além disso, ainda tenta a carreira de ator. Não estava procurando necessariamente por uma comédia, mas foi o personagem mais adequado para aquele momento da minha vida. Ainda tem dúvidas se deve dar ou não continuidade à carreira no cinema? Ainda estou pensando no assunto. Se eu desistisse de atuar por um tempo, provavelmente voltaria a estudar e desenvolveria a minha aptidão para artes plásticas. Sempre quis ser pintor. Como foi trabalhar com Harrison Ford, considerado "difícil" por muitos atores que já contracenaram com ele? Harrison Ford é Harrison Ford. Ele é o homem! Obviamente isso o coloca no controle. No início, Harrison parecia querer me testar. Principalmente por já ter tido problemas com outros atores jovens com quem contracenou. Por ele estar nesse negócio há muito tempo, quer ter certeza que não está trabalhando com um tolo. Por isso, ele me perseguiu, deixando-me muito confuso. Confesso que algumas vezes tive vontade de matá-lo (risos). Depois de um período de tensão, no entanto, nós acabamos nos entendendo. O desconforto inicial ajudou na caracterização do seu personagem, que tem problemas com o de Ford na trama? Calden, meu personagem, precisa respeitar o de Ford, que é um pouco rabugento. Então não foi difícil usar no filme a estranheza inicial entre nós fora das telas. Pela diferença de idade, a relação entre os personagens lembra a de pai e filho. O jovem policial faz tudo para ganhar a aprovação do policial mais velho. Só que o mais velho não entende o mais novo. Como eles pertencem a gerações diferentes, há uma barreira. Como ocorreu o acidente de carro durante a filmagem? O roteiro pedia que eu dirigisse o carro por uma passagem estreita com uma descida em curva. Fiz o percurso várias vezes, sem problemas. Na hora de rodar, Harrison entrou no carro. Tudo começou bem, mas infelizmente o carro de um dublê que também participava da cena foi posicionado errado. Ao sair de uma curva, não pude vê-lo e bati o carro. No acidente, eu machuquei a cabeça e Harrison estendeu a virilha. Por um tempo pensei que o desastre tinha sido culpa minha. Mas agora não sinto mais remorso (risos). Até porque Ford está sempre contando a história errada só para me provocar. Ele andou dizendo que eu tentei matá-lo. Ele é terrível! Além da carreira na polícia, seu personagem dá aulas de ioga. Como se preparou para expressar essa outra faceta? Eu treinei ioga por sete meses. Comecei três meses e meio antes do início das filmagens e continuei o curso até terminarmos a produção. Fazia cerca de uma hora e meia por dia. Obviamente eu fui além do que o personagem pedia. Mas não me arrependo, já que esse conhecimento me deu segurança suficiente para interpretar um professor de ioga ? mesmo que ele apareça pouco no filme fazendo os exercícios. Por que recusou o papel de Superman, um super-herói que a maioria dos atores jovens gostaria de representar nas telas? Não sou como muitos atores da minha idade, que se contentam com papéis de adolescentes. Quero ser fiel aos meus princípios, mostrar que sou um ator sério. Quando fui convidado pelo diretor Brett Ratner para protagonizar Superman, percebi que ele tinha idéias maravilhosas para o filme. Ainda assim, continuei dizendo não. Não é o tipo de papel que eu quero trazer no meu currículo.

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