Iron Maiden vai chegar aos cinemas com 'Iron Maiden: Flight 666'

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Por DEAN GOODMAN
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A roupa é incomum para o vocalista de uma banda de heavy metal. O vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, está andando por um aeroporto parecendo um nerd, trajando camisa social branca de mangas curtas e gravata preta. Se ele parece um piloto de linha aérea, é por uma razão: ele é um piloto de linha aérea. Quando não está percorrendo palcos cantando "2 Minutes to Midnight" ou "The Number of the Beast" em sua voz de cantor de ópera, o roqueiro de 50 anos pilota grandes aviões de passageiros para uma empresa britânica de voos fretados. Frequentemente Dickinson curte suas duas paixões ao mesmo tempo, como pode ser visto no documentário de turnê "Iron Maiden: Flight 666", que mostra a banda e sua equipe voando num Boeing 757 adaptado para eles para 11 países em 45 dias. O filme vai aterrissar nos cinemas de 45 países em 21 de abril e sairá em DVD um mês depois. Em março, conquistou o prêmio de melhor documentário de música no Festival de Cinema South By Southwest, no Texas, Dickinson foi um dos quatro pilotos que trabalhou na turnê de 2008 e vestiu-se a caráter quando foi sua vez de pilotar - para a consternação de seus colegas de banda menos estilosos. "Passei duas semanas sem conseguir me conformar com isso", contou o baterista Michael "Nicko" McBrain. Alguns dos passageiros tinham preocupações mais sérias, perguntando-se se Dickinson era de fato um bom piloto. "No primeiro dia em que ele decolou, ficamos nervosos. Eu mesmo fiquei preocupado", contou Scot McFadyen, que co-dirigiu o filme com o também canadense Sam Dunn. "Mas, depois de 20 mil milhas no ar, a gente relaxou. As aterrissagens dele foram as melhores entre os quatro pilotos." VENERADOS NA AMÉRICA LATINA "Flight 666" acompanha a banda em sua turnê mundial "Somewhere Back in Time", que passou pela Índia, Austrália, Japão, Estados Unidos e Canadá. Mas a grande diversão na primeira parte da viagem de um ano começa na América Latina, onde seus integrantes são venerados como se fossem astros do futebol. O Iron Maiden apresentou-se na Colômbia e Costa Rica pela primeira vez, levando fãs a abandonar seus empregos para assistir aos shows e convertendo "macho men" em fãs emocionados. A banda também provocou pandemônio no Brasil, Argentina e Chile. Os documentários sobre turnês de bandas de rock geralmente sofrem de uma mesmice inevitável: outro dia, outra apresentação, outro país. Fãs desvairados, músicos de ressaca e muitas imagens de concertos. McFadyen e Dunn tinham consciência desse problema e enfrentaram outro desafio. O Iron Maiden costuma rejeitar pessoas de fora. A banda britânica já vendeu 70 milhões de álbuns desde 1980, em grande medida sem a ajuda de rádios ou da grande mídia. "De um modo geral, ela sempre desconfiou de qualquer abordagem da mídia de massas", disse Dunn, que virou fã do Iron Maiden quando tinha 12 anos. "A banda sempre trabalhou do jeito dela. Romper esse padrão, como banda bem sucedida, é difícil. Para quê ela precisaria de nós?" Dickinson e McBrain deixam claro que se sentiram à vontade com a equipe de filmagem, composta de sete pessoas. Seus colegas, incluindo o baixista e líder da banda Steve Harris, levaram mais tempo para aceitar a presença de estranhos. Os cineastas se aproximaram do guitarrista Adrian Smith, avesso a contatos, porque todos gostavam de jogar tênis. Outro guitarrista, Janick Gers, os ignorou até a última semana das filmagens. "Agora ele virou nosso amigo", contou McFadyen. "Acho que agora já viramos parte da família." McFadyen e Dunn, que chamaram a atenção pela primeira vez em 2005 com o documentário "Metal: A Headbanger's Journey", agora estão empenhados em retratar outra banda de rock insuficientemente apreciada, o trio canadense Rush. Enquanto isso, o Iron Maiden encerrou sua turnê mundial em abril e vai voltar ao estúdio em janeiro para gravar seu 15 álbum feito em estúdio, contou McBrain. Uma outra turnê está sendo prevista para começar no final do ano e estender-se até 2010.

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