PUBLICIDADE

'Introvertidos são grandes atores porque têm muita coisa guardada internamente', diz Clint Eastwood

Diretor estreia 'O Caso Richard Jewell', sobre atentado na Olimpíada de Atlanta

Por Marcela Isaza/ AP/ LOS ANGELES 
Atualização:

Em entrevista ao lado do ator Paul Walter Hauser, Clint Eastwood fala sobre introversão, O Caso Richard Jewell e as críticas sobre a exatidão do filme, baseado em história real.

Como espera que este filme mude a percepção pública sobre Richard Jewell?

Hauser – Espero que além de entreter, porque nosso negócio é entreter e contar uma grande história, o filme ajude a limpar o nome dele. É uma volta triunfal para a família Jewell, embora sem Richard aqui com eles.

'O caso Richard Jewell', de Clint Eastwood Foto: WARNERBROS

PUBLICIDADE

O que o mais o orgulha em sua obra?

Eastwood – Fiz uma peça de teatro no colégio e jurei que nunca mais voltaria a fazer isto. Mas depois, quando você começa a representar já adulto, percebe que este trabalho não é necessariamente para pessoas extrovertidas. Os introvertidos são grandes atores porque têm muita coisa guardada internamente. É apenas uma questão de aprender como deixar tudo isso sair. O trabalho de ator também é curioso porque você não sabe o que vai acontecer em seguida. É uma vida divertida, mas muitas coisas simplesmente acontecem. Chegam histórias e você procura contá-las da melhor maneira possível – e não é só uma forma de arte intelectual, é uma forma de arte emocional.

O editor do Atlanta Journal-Constitution (AJC) questionou a exatidão da história, disse que não é correto que Kathy Scruggs teve relação sexual em troca de pista e rechaçou a ideia de que o jornal teria usado fontes questionáveis. O senhor tem uma resposta?

Eastwood – O jornal é provavelmente o único grupo com algum tipo de complexo nessa história porque foi o primeiro a noticiar sobre um crime cometido por Richard Jewell. Assim, talvez eles estejam buscando maneiras de racionalizar sua atividade. Não tenho certeza. Nunca conversei com ninguém de lá.

Publicidade

Hauser – Mas também tem o problema dos filmes biográficos, que estão historicamente sob escrutínio, seja no caso da família Dupont em Foxcatcher ou na história que chocou o mundo – da Igreja Católica em Spotlight. É óbvio o que está ocorrendo com o AJC, e entendemos sua inquietação, mas estamos contando nossa história e achamos que fizemos um bom trabalho. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.