SÃO PAULO (Reuters) - O personagem Pequeno Nicolau está para as crianças francesas como o Menino Maluquinho está para as brasileiras. Ou seja, foi, e ainda é, o companheiro de infância de muita gente. Por isso, é de se estranhar que tenha levado tanto tempo para chegar ao cinema - isso aconteceu porque a pessoa que detém os direitos do personagem não gostava de nenhuma das sugestões de adaptação. Baseado nas histórias criadas no final dos anos de 1950, pelo escritor René Goscinny (um dos autores de "Astérix") e ilustrado por Jean-Jacques Sempé, o filme "O Pequeno Nicolau" estreou na França no ano passado e foi a maior bilheteria nacional do país. No Brasil, o longa chega em circuito nacional, em cópias dubladas e legendadas. Dirigido por Laurent Tirard ("As Aventuras de Molière") - que assina o roteiro com o comediante Alain Chabat e Grégoire Vigneron -, o filme não é bem uma adaptação de nenhum dos livros da série, mas uma história original.
O que o longa mantém, além de todos os personagens, é o espírito e a personalidade do menino Nicolau e daqueles que o cercam, seus pais e amigos de escola. O fio condutor da narrativa aqui é a possível gravidez da mãe do protagonista, bem como as tramoias do menino e seus colegas para se livrar de seu irmão, que não nasceu ainda. Na verdade, a suposta gravidez da mãe (Valérie Lemercier, de "Um Lugar na Platéia") é fruto dos delírios infantis de Nicolau, interpretado pelo estreante Maxime Godart. Ele é o reizinho de sua casa, fazendo e desfazendo as coisas como bem entende.