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Hollywood vai coroar sucesso de Tin Tin

Personagem de quadrinhos mais traduzido da história, o repórter belga Tin Tin vai ganhar a tela grande em Hollywood e assim coroar sua escalada de sucesso, 20 anos após a morte de Hergé, seu criador

Por Agencia Estado
Atualização:

Tin Tin deve finalmente chegar aos cinemas em carne-e-osso. Mas é nos quadrinhos que o repórter belga mais famoso do mundo vive sua melhor fase, 20 anos depois da morte de seu criador. O personagem deu origem a um patrimônio que não pára de crescer, aparecendo em produtos, séries de TV, videogames e até um musical. Com o envolvimento de Steven Spielberg em um franchising cinematográfico, a tira que mais foi traduzida em toda a história tem tudo para finalmente conquistar os Estados Unidos ? um dos únicos territórios ainda não explorados pelo jovem investigador. A tira de quadrinhos, criada pelo cartunista Georges Remi, que escreveu com o pseudônimo de Hergé, foi publicada inicialmente em 1929 em um jornal belga, mas já chegou a ser traduzida para mais de 50 línguas, com a venda dos livros passando dos 200 milhões de unidades. Foram 24 livretos lançados até 1983, quando ele morreu, deixando uma ordem expressa de que novas aventuras não poderiam ser produzidas. A viúva do artista, Fanny Rodwell, organizou a Hervé Foundation, dedicada a preservar o trabalho do criador e manter o espírito e a fidelidade nas adaptações. Ela mostrou ótimo talento para os negócios: um ano depois da morte de Hervé, foram inauguradas várias lojas Tin Tin, em cidades como Londres, Tóquio, Bruxelas, Montreal, Lisboa, Dubai e Kyoto, entre outras; séries de TV apresentaram o personagem para novas gerações; um videogame ajudou a popularização da série nos Estados Unidos; e várias exposições foram organizadas em todo o mundo. O namoro de Hergé com o cinema durou várias décadas. Seu trabalho era profundamente inspirado em filmes mudos e ele costuma dizer que contava as histórias da mesma maneira. Depois de uma tentiva frustrada de adaptação (em que os personagens foram representados por fantoches!) em 1947, Hervé escreveu uma carta para Walt Disney, sugerindo uma versão animada. Ele nunca recebeu uma resposta. Nos anos 60, quando foram produzidas séries televisivas inspiradas nos livros, Hergé ficou desapontado com a qualidade do trabalho e afirmou várias vezes que preferia ver uma versão com atores. "Tin Tin deveria ter a produção equivalente aos filmes de James Bond", disse ele nos anos 70. Spielberg teria se inspirado no filme L´Homme de Rio, adaptação "livre" que Philippe de Broca fez de A Orelha Quebrada, para a série Indiana Jones. Em 1982, ele adquiriu os direitos da obra, com a bênção de Hergé, que morreu logo depois. O cineasta decidiu ser o produtor e deixar a direção para um europeu, escolhendo Roman Polanski para assumir as câmeras em O Cetro de Ottokar. O projeto acabou não saindo do papel e Spielberg perdeu os direitos. Na semana passada, a Variety confirmou que o diretor está finalizando as negociações para finalmente levar a idéia adiante ? em forma de um franchising que seria produzido pela Universal em parceria com a Dreamworks. A transformação de Tin Tin em uma megaprodução de Hollywood deve levar o personagem a novos níveis de interesse ? com a vantagem de que o apelo do repórter já foi testado em praticamente todos as mídias e em diferentes mercados. A indústria deve ficar de olho especialmente na escolha do elenco, já que o ator convocado para o papel principal tem tudo para se tornar o próximo grande astro de Hollywood.

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