Hollywood se reúne para o Globo de Ouro sem esquecer escândalos sexuais

Astros e estrelas se reúnem em Beverly Hills para reverenciar os melhores do cinema e da televisão

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Por Redação
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Astros e estrelas se reúnem neste domingo, 7, em Beverly Hills para reverenciar os melhores do cinema e da televisão, abrindo a temporada de premiação de 2018 com o Globo de Ouro, que este ano será marcado pelos escândalos de assédio sexual no meio artístico.

As denúncias de assédio e estupro contra o antes poderoso produtor Harvey Weinstein revelaram uma cultura praticada por importantes personalidades da indústria, como Kevin Spacey, Brett Ratner, Dustin Hoffman e James Toback.

Últimos preparativos para o Globo de Ouro no hotel Beverly Hilton, em Beverly Hills, Califórnia Foto: Robyn Beck

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Várias investigações policiais foram abertas, mas sem que ninguém tenha ido para a prisão até o momento.

"São problemas enormes e sérios. Temos muito trabalho adiante", declarou a atriz Angelina Jolie em um simpósio de diretores no sábado.

E o Globo de Ouro deste domingo será a primeira vitrine para que as grandes estrelas do cinema e da televisão levantem sua voz contra a cultura do assédio sexual e o abuso de poder.

E embora não seja considerado um termômetro para o Oscar - porque não é concedido pela indústria do cinema, mas pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood -, igualmente se trata de uma noite de alto perfil e olhos estarão voltados para a premiação.

Seu tapete vermelho se caracteriza por ser uma passarela de vestidos e smokings extravagantes, mas este ano espera-se que muitas celebridades apareçam de preto em solidariedade com as vítimas.

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No ano passado, a atenção esteve focada em criticar o então recém-eleito presidente Donald Trump.

Del Toro, o mais indicado

A cerimônia começa às 17h00 locais (23H00 em Brasília) e entregará 25 prêmios: 14 para o cinema e 11 para a televisão.

O mexicano Guillermo del Toro recebeu o maior número de indicações, sete, com A Forma da Água. The Post - a Guerra Secreta e Três Anúncios para um Crime o seguem, com seis.

O filme, que ganhou o Leão de Ouro em Veneza, conta a história de amor entre uma zeladora e uma criatura anfíbia mantida em um tanque de água em uma instalação militar dos Estados Unidos.

Gold Derby, o site de previsões de prêmios, estima que o filme ganhará três estatuetas, incluindo a de melhor diretor para Del Toro, que ganhou três Oscar em 2007 com O Labirinto do Fauno.

A crítica interpretou que as indicações para o drama de Ridley Scott Todo o Dinheiro do Mundo demonstram um apoio implícito à campanha contra o assédio sexual em Hollywood.

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Scott, indicado ao prêmio de melhor diretor, descartou e filmou de novo, de última hora, todas as cenas de Kevin Spacey, substituído pelo ator veterano Christopher Plummer (A Noviça Rebelde), indicado a melhor ator coadjuvante.

Michelle Williams também recebeu uma indicação a melhor atriz.

"Plummer é um ganhador lógico pela impressionante façanha de assumir este papel emocionalmente exigente de última hora com 87 anos", escreveu Daniel Montgomery, editor de Gold Derby.

Foi uma surpresa que não tenha havido nenhuma diretora indicada apesar do grande ano que tiveram Greta Gerwig (Lady Bird - A Hora de Voar), Patty Jenkins (Mulher Maravilha), Dee Rees (Mudbound - Lágrimas Sobre o Mississipi), Kathryn Bigelow (Detroit em Rebelião) e Sofia Coppola (O Estranho que Nós Amamos).

Daniela Vega, "fantástica" -

O filme chileno Uma Mulher Fantástica, do diretor Sebastián Lelio, está indicado a melhor filme estrangeiro.

Protagonizado por Daniela Vega, o longa, aclamado pela crítica, conta a história de uma mulher transexual que enfrenta a morte de seu companheiro em meio a preconceitos e violência.

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As previsões dão como vencedor, porém, o sueca The Square, com Elisabeth Moss.

Na televisão, a série da HBO Big Little Lies lidera as indicações, com seis, seguida por Feud: Bette and Joan com quatro, e The Handmaid's Tale, Fargo, e This Is Us com três.

Amanda Spears, de Gold Derby, estimou que o escândalo sexual poderia impulsar um prêmio para Shailene Woodley de melhor atriz coadjuvante por seu papel em "Big Little Lies", em que interpreta uma mãe solteira criando um filho fruto de um estupro.

"Através do cinema e a televisão, existe a oportunidade de premiar papéis de mulheres fortes, poderosas e convincentes além de simplesmente suas relações com os homens", disse Birnbaum.

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