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Hollywood quer conquistar mercado chinês

Mais de US$ 300 milhões devem ser investidos em novos filmes "made in China", além da criação de novos estúdios e salas de cinema

Por Agencia Estado
Atualização:

Os grandes estúdios cinematográficos norte-americanos estão se dirigindo a Pequim e Xangai e estimam investir mais de US$ 300 milhões em novos filmes "made in China" até o final de 2007. Paralelamente a esse movimento, o setor recebe do país investimentos na criação de estúdios, produtoras de desenho animado, redes de salas de cinema e ainda junto à imprensa especializada. A conquista do cinema chinês, ou melhor, a "fundação" desse setor chave se tornou prioridade em Los Angeles e já não há grande ou pequena empresa que não considere atravessar o Pacífico e expandir-se na região que, para o cinema, parece ser o novo Eldorado. Na China estão nascendo hoje novos estúdios, seja em Xangai ou Pequim, estão em construção novos circuitos cinematográficos e novas salas, além do andamento da produção de dezenas de filmes pelas ruas tanto dos grandes centros quanto nas zonas rurais. Tudo isto com uma dupla visão, conquistar o mercado chinês está se desenvolvendo rapidamente, produzindo com baixo custo e com um toque de originalidade chinesa para o circuito internacional. O fenômeno, recentemente descoberto pelos EUA graças às pesquisas dos principais jornais do país, incluindo o New York Times, está repercutindo não só entre os norte-americanos mas também na Índia, que com sua "Bollywood" era considerada até agora o principal mercado da Ásia, e vendo-se ameaçada pela grande potência chinesa, busca novas estratégias para se livrar da incerteza à qual parece destinada. Para um país que conta com uma população de 1,3 bilhões de pessoas, o mercado de cinema ainda não é muito desenvolvido: as bilheterias chinesas arrecadaram em 2004 cerca de 500 milhões de dólares, pouco mais de 5% do que os Estados Unidos. No entanto, esta cifra está destinada a triplicar e atingir US$ 1,5 bilhão nos próximos dois anos graças aos novos investimentos. Sob esta previsão, em todo o país estão em construção milhares de novas salas de cinema por empresários ajudados pelos bancos de investimento, que vêem neste setor um crescimento exponencial. Nas principais cidades, de Pequim a Xangai, de Hong Kong a Guangzhou, são dados os primeiros passos dos investidores estrangeiros, sobretudo californianos, a partir de um projeto apresentado pela Time Warner, que pretende construir mais de 70 multiplex nas principais regiões do país, num total de quase 1 mil novas salas. Mas a produção cinematográfica permanece o objetivo principal dos investimentos. Depois dos recentes sucessos de bilheteria e dos festivais envolvendo filmes, atores ou diretores chineses com produções importantes como Matrix ou Kill Bill, os estúdios se dirigem a Pequim e Xangai para criar dois novos "distritos" para o cinema. É o que interessa aos investidores estrangeiros, seja pela originalidade das produções chinesas, seja pelos custos menores que dos EUA, da Europa Ocidental, ou mesmo de locações recém-descobertas, como o leste europeu e a Índia. Sem contar que muitas produções são propositalmente feitas para o mercado chinês e quase sempre transmitidas pela televisão. Se entre os sucessos que deram à China a atenção mundial existem filmes pensados e realizados no país, como o "Tigre e o Dragão, Hero, e Adeus, minha concubina, hoje estão em andamento a produção de dezenas de filmes internacionais. Entre elas, produzida pelos estúdios de Hollywood, há uma nova versão do desenho animado Branca de Neve e os Sete Anões, da Disney, um remake de The White Countess pela Time Warner e diversos projetos dos irmãos Weinsteins, da Miramax. Em troca dos vultosos investimentos, o lobby norte-americano pressiona o governo chinês para que enfrente a praga da pirataria audiovisual.

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