Hollywood inicia contagem regressiva para confronto trabalhista

Contrato coletivo se encerra à meia-noite desta segunda, e tudo indica que o dia terminará sem novo acordo

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Por Dean Goodman , Steve Gorman e da Reuters
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Os atores e os estúdios de Hollywood trocaram farpas de última hora no domingo, 29, um dia antes do término da vigência de seu contrato trabalhista de cinema e televisão, sem que tenha sido feito nenhum anúncio de um novo contrato de três anos.   Veja também: George Clooney se mantém neutro no conflito entre sindicatos O contrato coletivo de 120 mil filiados ao Sindicato de Atores de Cinema e Televisão (SAG) se encerra à meia-noite desta segunda, e tudo indica que o dia chegará ao fim sem o fechamento de novo acordo ou anúncio de greve, mergulhando a capital mundial do entretenimento num limbo trabalhista. Respondendo à especulação da mídia, segundo declarou, o presidente do SAG, Alan Rosenberg, disse em comunicado que o sindicato "não tomou nenhuma medida para colocar em votação uma autorização de greve". Um funcionário do sindicato disse que esse tipo de votação leva pelo menos algumas semanas para ser organizado. Os estúdios de Hollywood decidiram não esperar. Virtualmente toda a produção de filmes foi encerrada, porque os estúdios não querem correr o risco de ter projetos caros suspensos por uma possível greve dos atores. "O setor está suspendendo suas atividades porque a liderança do SAG em Hollywood insistiu sobre negociações de última hora e arrastou essas negociações até julho", disse a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), que negocia em nome dos estúdios. Em comunicado à imprensa, o SAG respondeu que qualquer desaceleração das atividades do setor "se deve à decisão dos estúdios, não a negociações ou ao término da vigência de nosso contrato". A AMPTP publicou anúncios nas edições de segunda dos jornais especializados Daily Variety e Hollywood Reporter, declarando que uma greve seria "prejudicial e desnecessária". As negociações contratuais do SAG começaram em abril e vêm tropeçando em alguns dos mesmos problemas que levaram os roteiristas de Hollywood a fazer greve meses atrás, incluindo desavenças sobre como os atores devem ser pagos por trabalhos criados para a Internet. O SAG também quer um aumento nos honorários residuais pagos aos atores por filmes e programas de TV vendidos em DVD. Os estúdios já prometeram ser inflexíveis nesse ponto. O sindicato também está travando uma ofensiva numa segunda frente, contra seu sindicato irmão menor, a Federação Americana de Artistas de Televisão e Rádio (AFTRA). Este, que tem 40 mil filiados em comum com o SAG, fechou seu acordo próprio com os estúdios em pouco tempo. Mas o SAG lançou uma campanha contra a ratificação desse contrato, afirmando que é insatisfatório em muitos pontos e enfraquece a posição do SAG.   Opinião de atores Como se trata de Hollywood, os dois sindicatos apelaram para vários atores de destaque para ajudá-los em sua causa. Tom Hanks está entre os que defendem o voto "sim", enquanto Jack Nicholson tomou o partido da liderança do SAG e George Clooney deu razão a ambos os lados.   Segundo publicou o Times nesta segunda, Clooney permance neutro no conflito. Durante o fim de semana, o ator encorajou uma reconciliação entre os sindicatos. "Ao invés de ficar artista contra artista, talvez pudéssemos encontrar uma forma de obter aquilo que ambos os sindicatos estão procurando", disse. "Porque uma coisa que você pode ter a certeza é que histórias sobre Jack Nicholson versus Tom Hanks apenas reforçam o poder de negociação da AMPTP".

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