Hollywood encerra 2000 sem favoritos ao Oscar

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Por Agencia Estado
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A temporada de premiações do cinema não tem favoritos, porque não houve unanimidades de crítica em 2000 nas telas. Cada lista de melhores do ano tem indicações diferentes, o que torna a corrida pelo Oscar de 2001 uma das mais imprevisíveis dos últimos tempos. O melhor filme do ano, por sinal, tem poucas chances de levar os prêmios. É O Tigre e o Dragão, de Ang Lee, aclamado por críticos do cinema em todo o mundo. O filme é o grande destaque das telas este ano, com sua mistura perfeita de love story e artes marciais, além de alguns dos melhores efeitos especiais do cinema nos últimos tempos. Seu ponto negativo, para Hollywood, é ser em mandarim e não inglês. A produção tem feito muito sucesso nos Estados Unidos, apesar de seu lançamento limitado, em poucos cinemas. Outro destaque deste ano nas telas também veio de fora de Hollywood. É Dançando no Escuro, do dinamarquês Lars Von Trier, que ganhou a Palma de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Cannes, na França, em maio, e rendeu à cantora Björk o prêmio de melhor atriz. Ela diz que nunca mais vai trabalhar como atriz, mas ainda pode ganhar mais reconhecimento por sua atuação perfeita no drama. Entre os blockbusters de Hollywood, o destaque deste ano foi para O Grinch, que salvou a bilheteria da América do Norte de um ano medíocre. Até 31 de dezembro, foram vendidos US$ 7,7 bilhões em ingressos para o cinema nos Estados Unidos e no Canadá, 3% a mais do que em 1999. Os números são respeitáveis porque a comédia de Jim Carrey surpreendeu no final da temporada e virou o filme de maior bilheteria de 2000, com US$ 235 milhões de faturamento. Os números de O Grinch não chegam nem perto do campeão de bilheteria do ano passado, Episódio 1: A Ameaça Fantasma, que faturou US$ 400 milhões apenas no mercado norte-americano. Em 2000, 17 filmes (o mesmo número de 1999) passaram da marca de US$ 100 milhões de faturamento, como o thriller Revelação e a animação Dinossauro. Por sinal, os filmes infantis foram uma das grandes forças do cinema em 2000, com destaque para O Grinch, A Fuga das Galinhas, 102 Dálmatas, Dinossauro e Rugrats in Paris: The Movie (seqüência para Os Anjinhos). Outros hits das telas em 2000 foram Missão Impossível 2, Gladiador e Erin Brockovich. Estes dois últimos ainda podem render prêmios de atuação para Russell Crowe e Julia Roberts, respectivamente. Também fizeram bonito nas bilheterias o filme-catástrofe Mar em Fúria, o thriller sobrenatural Corpo Fechado e o filme infantil 102 Dálmatas, que receberam críticas negativas. Outro destaque foi a paródia de fitas de terror Todo Mundo em Pânico. Sucesso de crítica e público foi conseguido por pelo menos quatro fenômenos das telas este ano, X-Men (a adaptação para as telas da história em quadrinhos), As Panteras (a versão para o cinema do seriado de TV do final dos anos 70), Entrando numa Fria (a comédia que reuniu Robert DeNiro com Ben Stiller) e A Fuga das Galinhas (animação de massinha em cartaz atualmente no Brasil). Para o Globo de Ouro e o Oscar, a maior parte dos vencedores deve sair de filmes que acabaram de chegar às telas norte-americanas. Entre os títulos mais cotados para a temporada de premiações estão Contos Proibidos do Marquês de Sade (superprodução de época), You Can Count on Me (filme independente com destaque para a atuação de Laura Linney), Antes que Anoiteça (sobre o poeta cubano Reinaldo Arenas) e Cast Away (mais um tour de force de Tom Hanks). Quem tem presença garantida no Oscar é o diretor Steven Soderbergh, que concorre ao Globo de Ouro de melhor diretor duas vezes, pelos filmes Erin Brockovich e Traffic, este último sobre o mundo do tráfico de drogas. Traffic pode ser um dos destaques nas premiações, por conta de críticas positivas e um elenco que inclui Catherine Zeta-Jones e Michael Douglas. Outros possíveis menções na temporada de prêmios são o filme-biografia de Cameron Crowe, Quase Famosos, e o trabalho mais recente de Curtis Hanson, Garotos Incríveis.

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