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Há cem anos nascia Gable, o mais cínico dos sedutores

O galã que sintetizou a idéia de uma masculinidade viril e elegante completaria hoje um século. Para comemorar a data, a Clark Gable Foundation preparou nos EUA festas, leilões e exposições

Por Agencia Estado
Atualização:

Hollywood teve muitos galãs neste último século e pouco de cinema, mas nenhum encarnou tanto a idéia do astro viril e sedutor como Clark Gable, que nasceu há exatamente 100 anos, numa cidadezinha do Ohio, Cadiz. Lá estão marcados alguns eventos para comemorar a data, pela Clark Gable Foundation. Coquetéis, leilões e exposição de colecionadores de objetos ligados ao astro, mais uma exposição no Museu Gable de fotos e objetos da época em que Carole Lombard era mulher do ator. Estarão presentes John Clark Gable, o único filho dele, mais Cammie King Conion, Patrick Curtis e Mickey Kuhn. Cammie foi a filha do personagem Rhett Butler, Bonnie Blue, em E o Vento Levou e os outros dois foram os bebês que interpretaram Beau, o filho de Rhett. Ele nasceu William Clark Gable, numa família de fazendeiros alemães. Apaixonou-se pelo teatro em Akropn, onde trabalhava numa fábrica de pneus. Encontrou aos 23 anos sua fada-madrinha, Josephine Dillon, uma respeitada professora de arte dramática, que foi uma das muitas mulheres que tiveram papel decisivo na sua carreira. Casou-se com ela, embora fosse 14 anos mais novo. Demorou, mas em 1928 ele fez sucesso na Broadway com a peça Machinal. "Brutalmente masculino", "um galã com estilo novo", diziam as críticas. Gable atraía multidões de fãs, entre elas uma socialite texana, 15 anos mais velha que ele. Gable se divorciou e casou com Rhea. Foi ela quem construiu a imagem do ator como elegante e viril. O sucesso nos palcos continuou e atraiu Hollywood, que, com o início do cinema falado, precisava de caras novas. Mas Gable não tinha o estilo ambíguo de galãs como Rodolfo Valentino. Num teste que fez, o chefão da Metro, Irving Thalberg, comentou: "Vejam esses orelhões de morcego, esqueçam!" Outra mulher o ajudou: foi Minna Wallis, que conseguiu o papel de estréia na tela para Gable, o de um bandido em O Deserto Pintado, de 1931. Minna providenciou uma reforma dentária no ator e um bigodinho que se tornaria a marca registrada de Gable, imitada por muitos, até mesmo por Thiago Lacerda de Aquarela do Brasil. Gable deu adeus ao teatro. Escalado inicialmente só para papéis de vilão, estourou como galã seduzindo Joan Crawford em Almas Pecadoras. O estereótipo de Gable mudou, ele se torna o sedutor cínico e charmoso, o que chamavam na época de "domador de mulheres". Apesar do que falam do seu hálito, ele conquistou as mais belas mulheres na tela e na vida real. De Joan Crawford a Jean Harlow. Seus filmes bateram recordes de bilheteria: Susan Lenox, Terra de Paixões, São Francisco, A Cidade do Pecado. Ganhou o Oscar com a comédia Aconteceu Naquela Noite, de Frank Capra. Em 1939, fez o papel de sua vida, o de Rhett Butler, em E o Vento Levou. Afinal, a autora do livro, Margaret Mitchell, uma fã, escreveu Rhett pensando nele como o par de Scarlett O´Hara. Quando enviuvou de Carole Lombard, sua terceira mulher, Gable mudou e nunca mais foi o mesmo. Lutou na Segunda Guerra Mundial e, ao voltar, também Hollywood mudara. Ainda fez filmes de sucesso como Mogambo, Meu Pecado Foi Nascer e seu canto de cisne, Os Desajustados, com Marilyn Monroe. Morreu do coração em 1961, ainda "o Rei".

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