Há apenas cinco meses, quando conversou com o repórter em Cancún, no México, Roland Emmerich, que lança O Ataque, ainda podia vender a imagem de um Barack Obama pacifista, interessado em acabar com as guerras. Nas últimas semanas, o presidente parece desdizer as boas intenções de Emmerich e marchar para a guerra na Síria.
Por que destruir de novo a Casa Branca, após Independence Day? É um lugares mais iconográficos da Terra e um dos mais policiados, também. Portanto, me parece OK que, ao pensar numa operação impossível, seja a tomada da Casa Branca.
Você tem o cenário e um presidente negro lutando contra o que no fundo é o establishment militar. Pensava na dimensão política do seu relato?Desde Independence Day, quando o presidente dos EUA liderou a vitória contra os alienígenas, todo mundo quer ver sempre no meu cinema uma preocupação ideológica. Eu seria, ou sou, o diretor que encarna o patriotismo americano. Mas a verdade é muito mais simples. O cinema que amo e gosto de fazer segue as receitas de Hollywood. Não significa que não goste de outras coisas. Fui jurado em Berlim e escolhemos U-Carmem. Mas eu gosto do heroísmo, e é preciso ter um desenho sólido dos personagens. Os bons contra os maus. No mundo atual, as fronteiras são tênues, mas eu faço filme ainda acreditando na vitória do bem.
A paternidade é um tema importante em seu cinema. Está em praticamente todos os seus filmes. Por quê?Não sou pai, mas me parece que é um problema frequente na sociedade atual. Os pais têm cada vez menos tempo para os filhos. Se não é pai de ninguém, todo mundo é filho. A situação é universal. Humaniza os personagens.
Seu presidente pacifista é inspirado em Obama?Ele foi reeleito com a promessa de acabar com as guerras. É um homem honesto. Acredito que tentará fazê-lo.