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Goiás sedia festival de cinema ambiental

Em sua terceira edição, o Fica vai reunir 35 produções de 20 países, entre eles alguns de cinematografias inéditas no País, como Benin, Botswana e Geórgia

Por Agencia Estado
Atualização:

Cinema e história passam a conviver com mais intensidade a partir desta quarta-feira, na cidade de Goiás, antiga capital goiana. À noite, será oficialmente aberto o 3.º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, o Fica, reunindo 35 produções de 20 países. Ao mesmo tempo, os vilaboenses, como são conhecidos os habitantes da cidade que está a 130 quilômetros de Goiânia, aguardam com expectativa o próximo dia 25, quando a Organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação (Unesco) deve comunicar, em Paris, que a cidade de Goiás é a primeira do milênio a ser reconhecida como Patrimônio da Humanidade. "Será o festival da adversidade", comenta o cineasta João Batista de Andrade, coordenador do Fica. "No trabalho de prospecção, com a ajuda principalmente da nossa representante na Inglaterra, Betina Goldman, investimos nos contatos mais difíceis, com países com os quais mantemos pouca ou nenhuma relação." O resultado é a presença de cinematografias praticamente inéditas no Brasil, como as de Benin, Botswana, Papua, Vietnã, Geórgia, Mali, Croácia, Nigéria e outros. Os filmes, em vídeo ou película, disputam o prêmio de R$ 50 mil. Entre os concorrentes, estão os longas Tainá - Uma Aventura na Amazônia, de Tânia Lamarca e Sérgio Bloch, O Sonho de Rose - 10 Anos depois, de Tetê Moraes, e Rabelados, produção alemã que mostra a vida de um grupo isolado em Cabo Verde, antiga colônia portuguesa. Os filmes brasileiros em destaque tratam de assuntos distintos. Tainá conta a história de uma jovem índia que ajuda uma espécie de macacos em extinção, os lagotrix, a escapar de pesquisadores inescrupulosos. O filme já foi exibido em Nova York, durante um festival de cinema infantil. Já O Sonho de Rose mostra a situação de um latifúndio no Rio Grande do Sul, a Fazenda Annoni, ocupado por um grupo de lavradores sem-terra, que inspirariam a criação do Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. Além da melhor produção, o festival vai premiar o melhor longa com R$ 35 mil; melhores curta e média, com R$ 25 mil; melhor série de TV, com R$ 25 mil; e ainda o prêmio de incentivo especificamente para uma produção goiana, no valor de R$ 80 mil. "Com isso, aumentou o número de inscritos", comenta Andrade. Produção atual - Como as produções nacionais dominaram praticamente a metade das inscrições, os organizadores decidiram criar a Mostra do Cinema Brasileiro Atual, com a exibição durante três noites, na Praça João Francisco. "A presença da nossa cinematografia ainda será reforçada com a reunião de todos os membros da diretoria do Congresso Brasileiro de Cinema, convidados oficialmente para participarem do Fórum da Política Cinematográfica", afirma Andrade. O júri oficial é composto pelo pesquisador Rubens Machado Jr., o professor Marcel Bursztyn, o cineasta Geraldo Moraes, a diretora do festival ambiental de Washington, Florence Stone, a cineasta argentina Eva Piowowarsky, o diretor sul-africano Neil Cury e a diretora do festival ambiental de Paris, Muriel Labrousse. Além da exibição dos filmes, os organizadores preparam também festas populares que vão promover os pontos turísticos da cidade, especialmente os que vão figurar na área definida pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. No último dia do festival, domingo, ocorre um show ao ar livre de Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho.

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