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George Clooney encara dilema moral em 'Conduta de Risco'

Longa é um suspense sombrio e cerebral sobre o mundo das grandes corporações

Por Alysson Oliveira e da Reuters
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Nos últimos anos, o ator George Clooney se dividiu entre dois tipos de filmes: os sérios com questões políticas e morais, como Syriana e Boa Noite e Boa Sorte, e os que são pura diversão, como a franquia iniciada com 11 Homens e um Segredo. Conduta de Risco, que estréia no país nesta sexta-feira, 7, pertence ao primeiro grupo. Escrito e dirigido por Tony Gilroy - roteirista da trilogia Bourne -, o longa é um suspense sombrio e cerebral sobre o mundo das grandes corporações e as maquinações por trás do mundo dos negócios. Clooney é Michael Clayton, um advogado especialista em ocultar operações duvidosas de grandes corporações. Como ele mesmo se define, é um "faxineiro, não um milagreiro". Ele trabalha numa grande firma de advocacia e é capaz de "limpar" qualquer coisa, desde acidentes de carro até desonestidades cometidas por políticos. Já sua vida pessoal não está nada boa, pois não tem tempo para o filho e está atolado em dívidas de jogo. Pior do que tudo isso é o dilema interno que consome Michael. Ele está cansado do seu trabalho, cheio de correr riscos para limpar o nome de terceiros. Seu chefe, interpretado pelo cineasta Sidney Pollack, entrega-lhe uma nova tarefa: dar um basta nas besteiras de Arthur Edens (Tom Wilkinson), um dos mais importantes funcionários da firma de advocacia, que tenta sabotar os casos envolvendo uma empresa química que pode ter envenenado diversas pessoas. Essa empresa é representada por Karen Crowder (Tilda Swinton), uma espécie de Michael Clayton de saias e sem escrúpulos. Ela não mede esforços para que a companhia não caia em desgraça. As artimanhas de Karen fazem dela uma mulher mais fria e perigosa do que Lady Macbeth. Como já fizera com o protagonista da trilogia Bourne, Gilroy coloca o personagem central questionando a si mesmo, sua personalidade e seus métodos, o que, eventualmente, leva-o a uma grande crise moral. Se no final, o filme parece render-se às fórmulas habituais em Hollywood, a jornada até chegar lá é sombria e assustadora, e isso é o que vale.

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